Red Dancing


O que acontecerá quando um mistério, injustiça e um triângulo amoroso atingirem os Lisbon como um tsunami?
Era 1963, no último verão de Teresa Lisbon antes de se juntar à academia de polícia e a família Lisbon recebe um convite de passar três semanas em um resort luxuoso em Los Angeles, onde a tranquilidade da praia e as regalias do resort agitará as coisas e os farão descobrir suas verdadeiras personalidades e anseios.
Em uma adaptação do filme Dirty Dancing,até o Red John dará as caras para acrescentar seu passo à dança.
Classificação: +13
Categorias: The Mentalist
Personagens: Teresa Lisbon, Patrick Jane, Peter Lisbon, Alice Fischer, Kim Fischer, Walter Mashburn, Robert Mashburn, Grace VanPelt, Craig O'
Laughlin, Wayne Rigsby, Kimball Cho, Erica Flyin, Sr. e Sra. McAllister
Gêneros: Drama, Romance, AU

Capítulos: 11

Finalizada: Sim

Prólogo


Teresa Lisbon
É verão do ano de 1963.
Este será meu último ano antes da faculdade, e eu nem consigo me imaginar depois disso.
Era filha única até meu pai se casar novamente, depois de minha mãe falecer, quando eu tinha seis anos, vítima de uma doença grave, mas mesmo depois de mais de uma década não consigo me acostumar com as mudanças que ocorreram desde então.
A pior delas é a minha meio irmã. Sorte minha que agora ela já não fica em casa o tempo todo, não sei por mais quanto tempo aguentaria!
Talvez quem tenha feito nós nos suportarmos esse tempo todo tenha sido Alice.
Ela é uma boa mulher, meu pai teve sorte em encontrá-la. Sinto que posso conversar sobre tudo com ela, até mesmo sobre meninos.
Kim, minha meio irmã, não gosta de me ver tão próxima de sua mãe.
Fazer o quê? Problema dela!
Alice é muito gentil e inteligente, sempre me dá bons conselhos. A considero como uma de minhas melhores amigas.
Se bem que, ultimamente, ela tem me dito algumas coisas que não entendo o porquê. Esses dias mesmo ela me disse que eu precisava me arriscar mais, descobrir novas coisas, bla bla bla.
De onde isso surgiu? Por que devo me preocupar com isso? Sei que terei muita “aventura” na academia de polícia, ano que vem. Devo aproveitar meu tempo para relaxar, certo?
E falando em relaxar, a oportunidade perfeita aparece!
Meu pai, há uns dois anos, participou de uma operação do resgate de um milionário que havia sido sequestrado. Foi um caso muito importante e saiu em tudo quanto era jornal. E foi o meu pai o responsável pelo resgate seguro dele.
O homem, Robert Mashburn, tem uns quatro ou cinco resorts por todo o país, e ele fez questão de nos convidar para passarmos o verão no melhor de seus resorts, em Los Angeles.
E é para lá que estamos indo agora.
Estou muito animada com a viagem, embora seja mais ou menos 6 horas dentro do carro, de Sacramento para Los Angeles.
Kim não vê a hora de chegar, e está certa de que encontrará um bom partido para se casar. Papai e Alice também estão animados com a perspectiva de que nós duas encontraremos alguém para nos casarmos.
Precisarei de muita força para sobreviver a este verão em família. Mas pelo menos teremos sol e praia.
E, com sorte, alguma diversão.


Capítulo 1


A viagem demorou seis horas quase exatas, e logo ao chegarem, toda a família se sentiu aliviada em poder sair do carro e esticar as pernas.
- Oh, não! Isso é uma tragédia - disse Kim à sua mãe - Deveria ter trazido aquele vestido!
- Não seja dramática, Kim - respondeu Peter Lisbon
- Tragédias são as coisas que o papai vê todo dia - adicionou Teresa, e Peter sinalizou com as mãos, concordando com o comentário de sua filha.
- Argh! Mãe? - resmungou Kim
- Calma, filha. Trouxemos outros vestidos.
- Mas aquele era perfeito para esse lugar.
Todos riram das queixas da menina.
- Ora, ora se não é Peter Lisbon!
- Sr. Mashburn!
- Oh, por favor, me chame de Robert - o homem então virou-se para os outros membros de sua família - Se não fosse por este homem, eu estaria morto. E ainda não teria o que deixar de herança para meus filhos e netos.
- Só fiz o meu trabalho.
- E ainda é modesto - retrucou Robert - E então estas são suas meninas?
- Sim, esta é Alice, minha esposa. Estas são Teresa e Kim, minhas filhas.
- É um prazer!
- O prazer é nosso - responderam elas
- Preparei a melhor cabine para vocês - ele virou-se para o rapaz ao seu lado - Wayne, pegue as malas deles e leve para a cabine.
- Sim senhor - respondeu o jovem, pegando as chaves do carro para abrir o porta malas
Teresa apressou-se para ajudar o rapaz, pegando algumas malas e colocando-as no chão.
- Está procurando um emprego aqui? - perguntou Wayne
Teresa apenas riu em resposta. O rapaz então estendeu a mão e disse:
- Wayne Rigsby - a menina apertou a mão estendida
- Teresa Lisbon.
- Muito obrigado pela ajuda, Lisbon.

A família foi instalada em sua cabine, que era de fato muito confortável e possuía dois quartos.
Logo que chegaram, apressaram-se em se arrumar para atender a um convite de jantar feito pelo sr. Mashburn, o que era uma grande honra , especialmente para Peter.
O crescimento financeiro dos Lisbon veio de repente.
Marie, mãe de Teresa, trabalhava como enfermeira em um hospital e Peter era chefe de uma delegacia. Não ganhavam muito, mas tinham uma vida confortável.
Depois que Marie faleceu, Peter mudou-se de Chicago para Califórnia e buscou um emprego na Agência de Investigação da Califórnia e como suas recomendações eram boas, conseguiu uma vaga como Agente Júnior e logo depois, foi promovido a Agente Sênior e então à chefe de unidade.
Teresa ficou muito orgulhosa de seu pai, e desde cedo escolheu seguir a mesma carreira que ele. Ela desejava mudar o mundo, trazer justiça às pessoas, e acabar com o mal.
Peter a apoiava e fez de tudo para conseguir colocá-la dentro da academia de polícia.
Alice, no entanto, vinha de uma família que já tinha algumas posses. O falecido sr. Fischer era um homem de negócios e deixou uma boa herança para ela e Kim.
Mesmo com o novo status social, Peter e Teresa mantinham seus gostos e costumes muito simples. Era raro vê-los ostentar algo.
Ao contrário de Alice e Kim, que viviam enfeitadas com seus vestidos e suas jóias.
Peter, no entanto, fazia questão de presentear Teresa com todo tipo de mimos possíveis.
Tanto que se orgulhou de seu trabalho pois Teresa não era uma daquelas meninas fúteis, mas andava sempre adornada, sem exageros.
E foi por sua simplicidade que terminou de se aprontar mais cedo que todos.
- Por que não vai dar uma volta, Teresa? - sugeriu Alice
- Isto, dê uma volta - concordou Peter - Ainda falta tempo para começar o jantar.

“Bem, o que pode ter de errado com uma simples voltinha, certo?” pensou Teresa e logo se despediu, dizendo que os encontraria no salão principal.



- Relaxem, senhoras e senhores - dizia Wayne Rigsby no megafone - teremos diversas atrações ao longo desta temporada. Amanhã teremos desfile de perucas para as moças!
- Hey, Wayne! - disse Teresa
- srta. Lisbon!
- Me chame de Teresa.
- Desculpe.
- Está tudo bem.
- Então, não vai jantar com o sr. Mashburn?
- Sim, mas resolvi dar uma volta antes.
- Bem, neste caso poderia te mostrar algumas coisas por aqui.
- Seria ótim…
- Wayne! - gritou um homem a distância - Sr. Mashburn está te chamando no salão principal
- Bem - Wayne olhou sem graça para Teresa - Acho que tenho que ir. Mas te mostro o lugar outra hora, se quiser.
- Claro, sem problema.
O rapaz saiu apressado e a curiosidade de Teresa foi atiçada. “Já tenho que ir para o salão principal mesmo, por que não ir agora?”


Teresa espiava por entre a fresta da janela.
- Cho será o encarregado da gerência este ano - dizia Robert - Façam como ele mandar, e tudo estará bem. Sejam gentis com a família que vocês forem atender e não se metam em encrencas.
- E quanto ao Patrick Jane, senhor? - perguntou o asiático
- Alguém falou meu nome? - respondeu um homem de cabelos loiros enrolados
- Você - começou Robert irritado - Não se meta em confusão. Não quero saber de você se encontrando com nenhuma hóspede fora do seu expediente, estamos entendidos?
E o sr. Mashburn logo saiu resmungando ameaças.
- Acha que consegue não se encontrar com nenhuma hóspede fora do expediente, Patrick? - provocou um dos funcionários
- Vá limpar mesas, Craig. Deixe as mulheres comigo - respondeu o rapaz e saiu, derrubando alguns guardanapos que estavam sobre a mesa.

Logo chegou a hora do jantar e toda a família Lisbon sentou-se à mesa.
- Peter, este é Craig O'Laughlin, ele será o garçom de vocês.
- Muito prazer - disse o rapaz
- Craig, façam tudo quanto lhe pedirem, certo?
- Sim senhor.
- E vocês estão gostando do resort? - perguntou Robert
- Sim, estamos amando. Este será o último verão de Teresa conosco - respondeu Peter
- Oh? Irá para a faculdade, Teresa?
- Para a academia de polícia.
- Tenho certeza que será tão bem sucedida quanto seu pai - ele fez um gesto com as mãos - quero lhes apresentar meu neto, Walter.
Logo um rapaz alto de cabelos pretos, usando uma camisa de gola alta vermelha por baixo de um paletó aparece ao seu lado.
- Walter, quero que conheça Teresa. Ela irá entrar para a academia de polícia no ano que vem.
- É um prazer, Teresa - disse o rapaz, levando a mão da menina até sua boca para beijá-la
- Está convidado para jantar conosco, Walter - disse Peter
Teresa arregalou os olhos para seu pai, mas não recebeu nada mais que um sorriso em resposta. Ela logo sorriu forçadamente para o rapaz, que sentou-se ao seu lado.



O jantar fora uma tortura sem fim para Teresa. Nunca suas bochechas tinham ruborizado tantas vezes seguidas, como com os comentários de Walter Mashburn à mesa.
O rapaz parecia um bom partido, e era muito bem educado, mas era presunçoso demais, na opinião de Teresa.
E logo depois, os convidaram para a pista de dança e Teresa fora impelida a aceitar uma ou duas danças com o neto do sr. Mashburn.
Até que ele dançava bem. Não fez com que parecessem crianças, com muita distância entre os dois, e também não invadiu o espaço pessoal de Teresa.
Às vezes fazia algum comentário sobre os outros casais na pista de dança e a fazia rir.
“Ele definitivamente sabe como galantear uma mulher” pensou Teresa.
Com sua visão periférica, Teresa viu seu pai e Alice rindo e olhando para ela e Mashburn, o que fez suas bochechas ruborizarem mais uma vez naquela noite.
Com a desculpa de que já estava cansada, Teresa esquivou-se de uma terceira dança, e encaminhou-se para sua cabine.
No meio do caminho viu Rigsby carregando três caixas, deixando-as à beira de cair a cada passo que dava.
- Deixa eu te ajudar - disse ela e correu em direção ao menino.
- Estou começando a achar que realmente quer um emprego aqui - disse o rapaz, divertido
- Quer ajuda ou não? - perguntou Teresa, irritada
- Adoraria, srta., mas não pode subir para o alojamento dos funcionários.
- Por quê?
- Não é permitido - ele respondeu - Além de que, tenho certeza que seu namoradinho Mashburn não iria gostar nem um pouco…
- Ele não é meu namorado - Teresa esbravejou e, colocando a caixa que havia pego de volta nos braços do menino, saiu andando
- Promete que guardará segredo? - perguntou Wayne
Teresa deu meia volta, pegou novamente uma caixa das mãos do rapaz e ambos subiram uma escadaria.
No alojamento acontecia uma festa particular dos funcionários. A música alta e agitada combinava com o clima de euforia e animação e todos no recinto eram contagiados por esse humor.
Pouco a pouco, Teresa conseguiu passar pelos casais que dançavam colados e chegar ao fundo, onde Wayne repousava as caixas que segurava em suas mãos.
- Imagina se eles dançassem assim no salão principal - comentou Rigsby - seu sogro ia ter um infarto - Teresa socou o braço dele, após esse comentário
- Mashburn não é meu namorado!
- Ah, ai. Está bem. Desculpe.
Antes que ela pudesse fazer outro comentário malcriado, a porta do alojamento se abriu novamente e Patrick entrou, ao lado de uma mulher ruiva.
- Ela é linda, não é? - disse Wayne, hipnotizado
- Sim, ele é - respondeu Teresa
Wayne franziu a testa com o comentário dela, e a encarou, esperando por uma explicação.
- Quero dizer, ele.. Não, ele é.. Quero dizer… - gaguejou a menina - Esquece!
- Vou fingir que esqueci que você disse que acha meu primo Patrick bonito, porque não quero apanhar de novo
- E eu vou fingir que não sei que você está apaixonado pela namorada do seu primo.
Eles apertaram a mão como se selassem um pacto.
- O nome dela é Grace, e ela não é namorada do meu primo.
- Rigs, o que ela faz aqui? - perguntou Patrick, entrando de supetão na conversa dos dois
- Ela me ajudou com as caixas - explicou-se o menino - Prometeu guardar segredo
- Rigs, qual é! De todas as garotas para você se interessar e trazer aqui, você escolhe justo a namoradinha do Walter?
- Ah, então a idiotice vem de família? - interrompeu Teresa, deixando os rapazes boquiabertos - Mashburn não é meu namorado! E se quiser que eu vá embora, é só dizer.
- Oh, desculpe, madame. Seu servo está às ordens, fique à vontade - ele fez um sinal de reverência e voltou para a pista de dança
- Idiota! - resmungou
Patrick ao ouvir o comentário dela, deu meia volta e a puxou pelo braço, mesmo contra sua vontade e conduziu-a no ritmo da música, invadindo seu espaço pessoal, o que a deixou tensa.
Se Teresa achava que Mashburn dançava bem, ela realmente não sabia o que pensar de Patrick, pois ao invés de conforto e pequenos flertes, ela sentia seu corpo quente e parecia que a única coisa que sabia fazer era suar.
Não conseguia pensar em nada, quanto mais formular frases.
E quando ela menos esperava, Patrick a deixa no meio da pista de dança sorrindo como uma boba.
“Recomponha-se, Teresa!” ela pensou e, disfarçadamente, saiu de dentro do alojamento, encontrando um vento gelado do lado de fora, contrastando com a temperatura de seu corpo.



- Achei que estava cansada - disse Alice que estava sentada na varanda, quando Teresa chegou à cabine onde estavam hospedados.
- E estava. Me perdi no caminho para cá - mentiu e Alice riu
- Não precisa mentir para mim, Teresa. Sente-se aqui - e ela o fez - Conte-me, o que estava fazendo?
- Conhecendo o lugar, apenas.
- Certo. E encontrou alguém interessante?
- Não! - respondeu rápido - Aliás, o que você e meu pai estavam conversando sobre mim e o neto do sr. Mashburn?
- Nada… Apenas comentamos que ele é um bom rapaz e que vocês formam um belo casal.
- Por que todo mundo está dizendo que eu e ele somos um casal? Mal o conheço!
- “Todo mundo” quem? - Alice perguntou e Teresa percebeu a besteira que havia falado
- Ninguém. Preciso ir dormir, amanhã quero ir à praia.
- Boa noite - Alice respondeu - E não vá se perder, Teresa - brincou
- Ha-ha





No próximo capítulo...
- Só um momento - disse Teresa e foi abrir a porta - Walter! - exclamou
- Teresa! Que bom te ver! - ele sorriu - Estava passando por aqui perto e… - ele colocou as mãos nos bolsos da calça, sem graça - Bem, na verdade minha cabine fica do outro lado do resort, eu vim aqui de propósito mesmo para te chamar para dar uma volta comigo. Você aceita?
- Walter eu…
- Se não estiver ocupada, claro.
- Claro que ela aceita - Peter intrometeu-se na conversa, sorrindo.
Walter olhou para a moça esperançoso, esperando uma confirmação dela.

Capítulo 2 

- Hey, Patrick! - disse Grace quando o rapaz entrou em seu quarto - Como foi seu primeiro dia?
- Meh, como todos os anos! - respondeu - E você, como está?
- Estou bem. Me encontrei com Craig ontem…
- Infelizmente, eu também. E o que você fez?
- Bem, ele tentou me dizer novamente que era minha culpa, blá blá blá… - ela respirou fundo - E eu disse para ele não falar mais comigo.
- Fez bem. Não consigo acreditar na cara de pau daquele sujeito!
- Eu também não… Se bem que, às vezes, acho que eu podia ter prevenido tudo isso de acontecer
- Grace, por favor! Como você poderia saber que ele era tão sem caráter? Você estava apaixonada, afinal de contas
- Eu sei, eu sei… Mas eu poderia ter te escutado, por exemplo - ela olhou para cima e continuou - Ele era bom demais para ser de verdade. E eu sempre sonhei em encontrar meu “príncipe encantado”.
- Uma romântica incorrigível - zombou Patrick
- Pois é… Mas o mais triste dessa história é que agora eu estou sem noivo e ainda não tenho o dinheiro para ajudar na cirurgia da minha sobrinha.
- Você devia me deixar ter uma conversa com Craig. Eu iria fazê-lo devolver tudo o que ele roubou de você.
- Deixa isso pra lá, Patrick. Não quero você envolvido em encrencas - depois de alguns instantes de silêncio - E não foi propriamente um roubo. Estávamos-
- Você estava - ele a corrigiu
- A ideia era que juntássemos dinheiro para nos casarmos. Eu cumpri com a minha parte
- E ele se aproveitou da sua inocência e paixão, e roubou seu dinheiro. Eu devia ter te impedido.
- Você não conseguiria me impedir. Até porque eu ia começar a pensar que você estava com ciúmes - brincou
- Mas eu tenho ciúmes de você - seu tom era sério
- Patrick, você sabe que eu te amo do fundo do meu coração, não sabe? Nós já tentamos namorar e não deu certo. Somos amigos demais para isso.
- Sim, sim, eu sei… Isso sem contar que eu cortaria o coração do meu primo.
- Do seu primo? Por quê?
- Ué, ele é apaixonado por você!
- Ha-ha, muito engraçado
- Mas é verdade!
- Pare de falar bobagens só para tentar fugir do assunto.
- Que assunto? Nós dois como namorados?
- Você sabe… A Angie - o rapaz permaneceu quieto - Você precisa superar o que houve, Patrick. Se ela te largou, era porque não te merecia.
- Eu sei, eu sei… Mas acho que está usando essa arma para fugir do assunto “nós dois como namorados”
- Patrick, acredite em mim. Você me ama como amiga, como irmã, talvez - ela respirou fundo - Acho que está pensando em nós como algo a mais como forma de se esquivar de seus sentimentos por Angie.
- Eu não tenho mais sentimentos por ela, esse seu pensamento é ridículo.
- Não é não. E eu estou te falando isso como amiga - ela pegou as mãos dele e o fez olhar em seus olhos - Prometa para mim que irá pensar sobre isso? Que irá tentar seguir em frente?
- Está bem - ele disse após alguns instantes.
Ele sabia que Grace estava certa, mas estava ferido demais para admitir isso para quem quer que seja.

Teresa, Kim e Alice estavam no quarto, arrumando-se para o dia. Peter havia prometido ensiná-las a jogar golf, depois do café da manhã.
- Então, mãe, o que achou de Craig? - perguntou Kim
- Parece um bom rapaz.
- Acho que ele irá me convidar para passar algum tempo com ele - comentou animada - Não vejo a hora de vê-lo de novo.
- E você, Teresa? Ansiosa para ver o… Qual era mesmo o nome dele?
- Walter - respondeu Teresa - E não. Não estou nem um pouco ansiosa.
- Coitado do rapaz - começou Kim - Podia ver que ele estava sofrendo em ter sido empurrado para você, ontem.
- Kim! - repreendeu sua mãe, mas antes que pudesse continuar, uma batida à porta as interrompe
- Só um momento - disse Teresa e foi abrir a porta - Walter! - exclamou
- Teresa! Que bom te ver! - ele sorriu - Estava passando por aqui perto e… - ele colocou as mãos nos bolsos da calça, sem graça - Bem, na verdade minha cabine fica do outro lado do resort, eu vim aqui de propósito mesmo para te chamar para dar uma volta comigo. Você aceita?
- Walter eu…
- Se não estiver ocupada, claro.
- Claro que ela aceita - Peter intrometeu-se na conversa, sorrindo.
Walter olhou para a moça esperançoso, esperando uma confirmação dela.
- Vou apenas calçar meus sapatos - disse sorridente.
Era estranho tudo aquilo que estava acontecendo nos sentimentos de Teresa. Ontem ela se irritou quando as pessoas diziam que ela era namorada de Walter e hoje, mesmo sabendo que eles andarem juntos pelo resort faria mais e mais as pessoas terem esse pensamento, ela não se importou. Inclusive, ela achou bom o fato do rapaz ter vindo até ela para convidá-la.
Após calçar os sapatos, Walter ofereceu seu braço para que ela segurasse e ambos saíram andando, com tímidos sorrisos nos rostos.

- Está gostando do resort? - perguntou Walter
- Estou sim. É um lugar bem aconchegante.
- Já foi à praia?
- Não, ainda não.
- Era isso que iriam fazer hoje e eu interrompi seus planos?
- Não, na verdade meu pai ia nos ensinar a jogar golf.
- Ah! Bom passatempo, é realmente relaxante.
- Bem, já tentei jogar golf outras vezes e, honestamente, não gostei muito - ela torceu os lábios - afinal, é só acertar uma bola no buraco. E as pessoas ficam o dia inteiro nisso. Você me livrou do tédio de praticar esporte de riquinhos - Walter gargalhou - O que foi?
- Sou campeão de golf por três anos seguidos - respondeu ele
- Oh, meu Deus, me desculpe. Eu não queria…
- Relaxe, Teresa - ele riu - Achei engraçado. Gosto de mulheres com opinião própria - ele disse olhando para os olhos dela - e quanto ao ser rico, qual o problema nisso?
- Nenhum problema, na verdade. Mas acho ruim a forma com que algumas pessoas ricas vivem.
- Como assim?
- Bem, como em um pedestal, não descem para nada, só se importam com o próximo carro que irão comprar, ou com a próxima viagem que irão fazer.
- E onde as coisas ruins começam? - perguntou em um tom sedutor, inclinando-se para ficar mais próximo de Teresa.
Os rostos se aproximaram mais e mais e Teresa não continha o sorriso, sabendo o que estava prestes a acontecer.
- O desfile das perucas começou, Senhoras e senhores! - gritou Wayne no alto falante, assustando Walter e Teresa que se afastaram abruptamente - Aproveitem para se divertir, o vencedor ganhará um super prêmio.
Envergonhados os dois, disfarçaram o que havia acontecido e prosseguiram com seu passeio.

Kim esquivou-se de sua aula de golf para ir até o desfile de perucas.
- Ficou bonita de cabelos loiros - comentou alguém atrás dela e ela, então, virou-se para ver quem era
- Craig! Que surpresa vê-lo aqui.
- Uma surpresa boa, eu espero.
- Sim, ótima surpresa! - sorriu
- Estava pensando… Você por acaso tem algo de importante para fazer hoje, no jantar?
- Talvez… - respondeu de forma evasiva
- Bem, se não tiver nada planejado, tiraria um tempo para dar uma volta comigo?
- Me busque antes do jantar, então - o rapaz sorriu com a resposta e saiu.

Walter e Teresa caminharam a manhã inteira, conversando sobre nada e rindo das coisas mais estranhas possíveis.
Eles estavam agora sentados lado a lado em um banco, à frente de um pequeno lago.
- É sério - dizia o rapaz - e ainda tive de ficar lá o resto do jantar!
- Você é hilário - disse Teresa rindo - Impossível essas histórias que me conta.
- Tudo verdade!
- Mesmo? - ele assentiu - Até aquela história de Paris?
- Bem, posso ter exagerado um pouquinho nesta.
- Aham, sei.
- Está com fome? - perguntou Walter, mudando de assunto
- Um pouco.
- Almoça comigo?
- Não sei… Talvez meus pais estejam esperando por mim.
- Teresa, não se preocupe, eles sabem que você está comigo - ele sorriu - Não sou nenhum lobo mau.
- Não foi isso que eu quis dizer, Walter.
- Eu sei, eu sei… - ele respirou fundo - Desculpe, tenho essa mania de ir rápido demais - ele voltou os olhos para a menina - Mas irei no seu ritmo.
- Obrigada.
- Sabe de uma coisa? - ele a fez olhar em seus olhos - Gosto mesmo de você.
- Obrigada - respondeu Teresa, sem saber o que mais dizer.
Ela também gostava de Walter, mas era muito cedo para admitir isso a ele, já havia passado por uma situação como esta anteriormente, com Greg (um amigo que ela conhecera na escola) e havia falhado por ter sido rápida demais em dizer que gostava dele.
Não cometeria esse erro novamente.
Walter fez questão de acompanhá-la até sua cabine, e quando estavam já bem próximos, Teresa avistou Grace, a garota que ela vira com Patrick, na noite anterior. Ela chorava e estava sentada no chão, encolhida em um canto.
Logo quando a ruiva percebeu quem estava ali, espantou-se, imaginando a bronca que levaria por não estar onde deveria.
- Walter, acho que vi minha irmã ali daquele lado - Teresa disse ao rapaz, forçando-o a olhar para a direção contrária, já que ele ainda não havia visto VanPelt
- Mas não quer ficar na cabine? Já estamos tão próximos - ele fez menção de voltar
- Não! - interrompeu ela - Vamos por aqui
- Ok - respondeu ele, sem perguntar mais nada
Após chegarem ao outro lado e não encontrarem Kim (ou ninguém da família, diga-se de passagem), Walter quis levá-la de volta à cabine.
- Não, pode deixar que eu irei procurá-los. Você disse que estava com fome, não quero te atrasar - antecipou-se
- Não tem problema, Teresa - respondeu ele
- Eu insisto. Nos veremos mais tarde, talvez.
- Está bem - concordou o rapaz - Até mais tarde.
Logo que Teresa se viu livre dele, saiu correndo até o salão de jogos, onde havia visto Wayne pela última vez.
- Wayne! - gritou a menina, vendo que Patrick estava logo ao lado do rapaz - Vem! É a Grace.
Com medo do desespero em que Teresa lhes falara, os dois saíram correndo atrás dela, até encontrarem a ruiva, ainda chorando.
Patrick a pegou no colo e a levou para o alojamento dos funcionários. Teresa seguiu-os.
- O que houve, Grace? - perguntou Patrick
- É a minha sobrinha. Parece que a situação dela piorou e minha irmã não tem como pagar pela cirurgia ainda - respondeu após recuperar o fôlego
- Se ao menos Craig não tivesse… - começou Wayne
- Wayne! - interrompeu Patrick - Não diga na frente dela!
- Ela não contará para o Walter - disse Grace - Se ela quisesse, já o teria feito quando me encontrou
- Craig era noivo de Grace - Wayne tomou a frente - eles estavam juntando dinheiro para se casarem.
- Mas ao invés dele contribuir com as economias de Grace, ele usou o dinheiro dela - continuou Patrick
- E nós descobrimos recentemente que minha sobrinha precisa de uma cirurgia, e eu iria adiar o casamento e usar minhas economias para ajudá-la - disse Grace
- E foi quando ela descobriu o roubo
- E quanto é a cirurgia? - perguntou Teresa
- Duzentos e cinquenta dólares.
- Mas se dinheiro é o problema, sei que Craig pode te pagar.
- E você acha que ela já não tentou isso? - perguntou Patrick, irritado, levantando-se e caminhando até ela - Não sei se já te falaram, mas o mundo não é o conto de fadas que você vive. O mundo é feio e é feito por pessoas feias e essa ilusão que você tem de querer salvar e ajudar todos ao seu redor é inútil!
- Patrick! - interrompeu Grace
Teresa aproveitou o momento para se retirar, sentindo-se intimidada pelo rapaz.
- Ela só estava tentando ajudar - Teresa pôde ouvir do outro lado da porta

No Próximo Capítulo... Teresa consegue dinheiro para ajudar Grace, e ganha uma confusão de brinde que a fará duvidar de tudo o que acreditava sobre si mesma.

Capítulo 3


Teresa era uma menina determinada. Nunca havia desistido fácil de nada, e sempre conseguia o que queria por seu esforço.
Seu pai costumava dizer que Teresa seria uma excelente investigadora, pois não se satisfazia com meios resultados. Se estava engajada em alguma coisa, ia até o fim.
Por isso achou que seria fácil convencer Craig a devolver o dinheiro que ele havia tomado de Grace.
- Esqueça, Teresa - dizia Craig - Não vou devolver nada. O dinheiro era nosso e eu usei para fins necessários
- Então peça para seus pais, não sei! Não pode agir como se isso fosse normal - argumentou Teresa
- Apenas esqueça, Teresa. Mulheres que não entendem que as necessidades de um homem vem primeiro, não merecem nada - ele passou a mão levemente sobre a cabeça da menina - Quando crescer vai entender...
Irritada, a menina pegou uma jarra de água que estava sobre a mesa e despejou em cima do rapaz.
- Se você se aproximar da Kim, eu faço com que você seja demitido - ameaçou ela, e saiu andando.
Como ela ajudaria Grace agora?
Ela havia se comovido pela história da ruiva e queria muito poder ajudar. Estava certa de que se conversasse com Craig ele voltaria atrás e devolveria pelo menos a quantia necessária para a cirurgia.
Parece que, no final das contas, Patrick tinha razão: A ideia dela de querer ajudar tudo e todos era inútil!
Ah, como ela queria poder resolver essa questão. O que aconteceria se a sobrinha de Grace não fizesse a cirurgia? Naquele momento, diversas imagens de uma garotinha em uma cama de hospital lhe vieram à cabeça.
Não podia deixar isso acontecer! Não podia deixar que uma criança fosse levada deste mundo de uma forma tão cruel, do mesmo jeito que acontecera com sua mãe, e, principalmente, Patrick não podia estar certo, o mundo tinha que ter alguém bom.
E foi neste instante que Teresa teve uma ideia: iria pedir ajuda ao seu pai!
Peter sempre incentivou a filha a pensar que todos mereciam ajuda e justiça, então com toda certeza não se negaria em ajudar.
Saiu correndo até onde seu pai estava, não queria esperar nem mais um minuto para lhe fazer o pedido.
- Pai! - chamou ela
- Teresa! Por onde andou? Achei que você queria jogar golf conosco.
- Estava só dando uma volta antes de ir para a cabine me preparar para o jantar - ela puxou o braço de seu pai um pouco, para poder fazer o pedido de forma privada - Pai, tenho um pedido para te fazer.
- Diga filha.
- Poderia me dar 250 dólares?
- Para que precisa de tanto dinheiro?
- Não posso te contar. Preciso que confie em mim.
Ele a olhou por alguns segundos, considerando os prós e contras em sua mente.
- Está bem - ele disse - Confio em você. Te darei o dinheiro antes do jantar, está bem?
- Obrigada, pai - ela o abraçou

Por um milagre, Walter não foi falar com ela pelo jantar, apesar de estar no salão principal. Talvez tenha achado melhor dar um espaço para a morena, deixar que ela o procurasse, e ela achou isso muito legal da parte dele, afinal ninguém gosta de se sentir pressionado.
Logo que o jantar acabou Teresa correu até o alojamento dos funcionários, onde ocorria, novamente, uma festa particular para eles.
- Aqui. Para a cirurgia da sua sobrinha - disse Teresa entregando o envelope, após encontrar Grace, Rigsby, Cho e Patrick
- Craig deu isto a você? - perguntou Grace esperançosa
- Não, vocês estavam certos a respeito dele. Ele não presta. - disse a menina
A alegria de Teresa era tanta em poder ajudar, que VanPelt quase se convenceu em aceitar seu dinheiro. Mas, quando pensou na situação novamente, julgou ser melhor recusar.
- Não posso aceitar seu dinheiro, Teresa - ela estendeu o envelope de volta
- O quê? - perguntou Patrick - Como assim? Aceite o dinheiro!
- Não posso, seria errado!
- Não foi você que pediu a ela - disse Cho
- Olha, mesmo que eu aceitasse, não tem como isso funcionar - ela começou a explicar - O único dia disponível para cirurgia seria daqui duas semanas, minha irmã e cunhado não podem faltar no trabalho, e justo neste dia temos uma apresentação importante em outro hotel e eu preciso do dinheiro que me pagarão lá.
- Não dá para remarcar? - perguntou Teresa
- Mas em que mundo você vive, garota? - irritou-se Patrick
- Patrick! Não fale assim com ela, ela não tem culpa dos seus problemas!
- Ah, então você acha que isso tem a ver comigo, agora?
- É claro que tem, você está sendo um estúpido…
E a briga continuou por mais alguns instantes, até que a voz de Rigsby os interrompeu:
- E se… - todos pararam para ouvi-lo falar - E se Teresa dançasse no lugar de Grace?
- O quê? Ficou maluco, Wayne? Não sei dançar como a Grace! - respondeu Teresa
- Não é uma má ideia… - disse Grace
- Como assim? Você acabou de ouvir o que ela disse, ela não sabe dançar!
- Mas ela teria o melhor professor do resort - argumentou
- Quer que eu a ensine a dançar? - Grace confirmou com a cabeça - Isso é loucura!
- Está com medo de não conseguir? - perguntou Cho
E todos olharam para Patrick, esperando uma reação.
Patrick fixou os olhos em Cho e depois em Teresa, que ruborizou logo em seguida.
- Em duas semanas você saberá dançar como a Grace.

As aulas de dança com o Patrick começaram no dia seguinte. Eles se reuniam onde os funcionários ensaiavam as danças permaneciam ali por horas.
Quanto mais tempo passavam juntos, mais Teresa percebia que por trás da máscara de grosseria, Patrick era gentil e sensível, e cada dia que passava eles conversavam mais.
Em contraste com os calorosos ensaios com Patrick, todos os dias a menina se encontrava com Walter para passearem pelo resort e, eventualmente, jantarem juntos.
E, quanto mais Teresa o conhecia, mais ela percebia que por trás dos costumes “de rico”, o rapaz era generoso e divertido.
Alice percebeu que Teresa estava muito ocupada com suas “tarefas” diárias e resolveu conversar com a garota, no sétimo dia de ensaios, após ela voltar do salão principal com Walter.
- Walter, obrigada por trazer Teresa até aqui!
- Não tem o que agradecer - respondeu o rapaz
- Verdade, obrigada Walter! - concordou Teresa - Nos vemos amanhã?
- Sem dúvida! - respondeu Walter e inclinou-se para beijar a bochecha da menina - Até amanhã - sussurrou - Tchau senhora Lisbon!
- Tchau Walter!
Teresa correu para o quarto, mas antes que pudesse abrir a porta, Alice a chamou de volta.
- Diga, Alice?
- Sente-se aqui, querida.
- É uma conversa longa? - perguntou Teresa, recusando-se a sentar - Porque eu estou bem cansada, então se pudéssemos deixar para amanhã…
- É uma conversa necessária. Venha, sente-se! - e Teresa o fez - Um passarinho me contou que está tendo aulas de dança, é verdade?
- É sim, estou aproveitando o tempo livre.
- E isso não teria nada a ver com um certo dançarino loiro de olhos azuis, teria?
- O quê? Não, claro que não! - respondeu Teresa envergonhada, evitando olhar Alice nos olhos
- Certo… E, por falar em “aproveitar o tempo livre”, vi que existe mais uma pessoa preenchendo esse espaço, não é?
- É… - respondeu Teresa sem entender onde Alice queria chegar - Walter é uma boa companhia.
- Teresa, querida - Alice disse inclinando-se para frente, e segurou as mãos da menina, para fazê-la prestar mais atenção às suas palavras - Lembra que te disse que você precisava ter mais aventuras? - ela assentiu - Aventuras são bem divertidas, e, obviamente, não há nada de errado com isso. Mas lembre-se de que nunca é agradável aventurar-se com os sentimentos dos outros, está bem?
- Está bem… - Teresa respondeu incerta
- E sempre que precisar de ajuda para qualquer coisa, sabe que eu e seu pai estaremos aqui, não sabe?
- Sei sim. Obrigada, Alice - Teresa bocejou
- Pronto, minha conversa chata acabou - brincou ela - Pode ir se deitar.
- Boa noite
E ela se foi, perguntando para si mesma “Do que Alice está falando?”

- O que acha do Patrick e da Teresa? - Perguntou Rigsby
- Eles são legais - respondeu Cho sem tirar os olhos do livro que estava lendo - Por que a pergunta?
- Ah, não sei. Acho que eles têm alguma coisa, sabe?
- Alguma coisa? Do que está falando?
- Ah, cara, você sabe! “Alguma coisa” - ele fez as aspas com as mãos - Igual nos seus livros de romance…
Cho alçou seu olhar, e fitou Rigsby por alguns segundos.
Sem falar nada, apenas lançando um olhar incrédulo para seu amigo, Cho levantou-se e foi para seu quarto.
- Ah, qual é cara! - gritou Rigsby enquanto seu amigo andava
- Vá dormir Rigsby. Seu problema é sono.
No próximo capítulo...
Após a cirurgia de sua sobrinha, Grace é surpreendida com um problema inimaginável.
E para resolver, Teresa terá de pedir ajuda para seu pai. De novo.


Capítulo 4

- Essa é a parte chave da dança - dizia Patrick - Depois do salto, só repetiremos alguns passos que já treinamos e então finalizamos.
- Ok, vamos começar então.
O salto, porém, não obteve sucesso. Tentaram diversas vezes, mas nada adiantava.
- Você tem que confiar em mim, ou nunca faremos o salto! - disse Patrick
- Eu confio em você - retrucou Teresa e o rapaz respondeu-a com um olhar duvidoso - O quê? Eu confio!
- A chave para uma dança, Teresa, é a confiança. Prove que confia em mim - desafiou
- Como?
- Fique aí - ele andou até ela e a posicionou de costas para ele - Ok… Agora caia para trás.
- O quê?
- Caia para trás. Confie em mim.
Teresa respirou fundo, fechou os olhos e fez com que seu corpo caísse para trás. Mas na metade do caminho teve medo, e voltou a posicionar-se em pé.
- Então você não confia em mim - Patrick disse
- Não é isso, Patrick, é só que… É estranho.
- Estranho como?
- Como posso confiar dessa forma em você se mal te conheço?
O rapaz parou por alguns instantes e então prosseguiu:
- Venha! - ele disse puxando-a pela mão para fora do salão de ensaios - Vamos sair daqui.
- Para onde vamos? - Mas o rapaz a ignorou e continuou andando até eles chegarem ao carro
- Entre no carro - disse Patrick
- Para onde você quer ir? - ela perguntou novamente
- Paciência, menina. Entre! - e ela entrou no carro, vencida pela insistência do rapaz

Patrick a levou até uma praia próxima ao resort.
- Achei que iria gostar do lugar, já que não teve tempo de ir por causa dos ensaios… - disse ele
- Na verdade eu fui à praia do resort
- Com o Walter - respondeu - Quando a companhia não é boa, Teresa, nem mesmo a praia ajuda! - zombou
- Walter é uma boa companhia!
- Ah, sem dúvida! - ironizou, fazendo Teresa rir.
- Então está dizendo que será uma companhia melhor
- Que isso, Teresa. Me comparar ao Walter! Eu nem precisaria fazer muito esforço para ser melhor que ele.
Teresa gargalhou.
- O que foi que ele te fez de tão ruim assim? - Teresa perguntou inocentemente e o semblante de Patrick caiu na hora
- Quer tomar um sorvete? - mudou de assunto
- Pode ser - respondeu Teresa envergonhada.

- Por que me trouxe aqui?
- Bem, não conseguiríamos progredir em nada hoje. E como você disse, não tem como confiar em alguém que você não conhece, então pensei que podíamos nos conhecer melhor.
- Está bem - Teresa sorriu

As horas passaram e o Sol já se punha no horizonte. Patrick e Teresa conversaram sobre tudo, desde as coisas mais triviais até as mais íntimas.
- Ok, te contei sobre meu último namorado. Me conte sobre sua última namorada - disse Teresa
- Oh, estava com medo que você me perguntasse isso - respondeu Patrick envergonhado - Tem certeza? Não é uma história boa de ouvir - Teresa assentiu - Ok, lá vai!
Ele respirou fundo e prosseguiu:
- Lembra quando você perguntou o que Walter tinha feito de ruim para mim? - ela assentiu novamente - Bem, ele “roubou” a Angie de mim.
- Sinto muito.
- Obrigado, mas já faz muito tempo isso. Ela era a garota mais linda que eu já tinha visto. Nós nos conhecemos aqui no resort, ela era dançarina também - ele olhou para o horizonte em sua frente - Eu costumava trazê-la aqui para esta praia. Nós ficávamos horas aqui.
- E o que aconteceu?
- Até hoje eu não sei direito. Um dia ela me disse que estava apaixonada por outro e então o “outro”, eu descobri depois, era o Walter. Eles namoraram por seis meses, até onde eu sei. Aí a temporada de férias começou novamente e agora me parece que ele tem outras “coisas” em mente - ele olhou para ela, piscando um olho, mas antes que ela pudesse responder, ele continuou - O bom é que agora eu sinto que estou seguindo em frente, sabe? Igual quando o Greg terminou com você… Nem pensei tanto na Angie nesta última semana.
- Fico feliz por você. Ninguém deve ficar preso ao passado.
- Pois é… - ele respirou fundo mais uma vez - Não me leve a mal, mas… Não deixe de sair com o Walter por causa do que eu te contei. Apesar de tudo, ele é um cara legal.
Teresa sorriu.
- Será que podemos fazer aquele teste de confiança agora? Preciso ver se todas essas calorias que você me fez consumir no sorvete valeram a pena - brincou
Os dois levantaram e se posicionaram no lugar adequado para fazer o teste.
Teresa, como na última vez, fechou os olhos, respirou fundo e pensou na tarde que tivera com Patrick e de como ela se sentia todas as vezes que ela via seu sorriso, e de como isso nunca havia acontecido com o Walter, mesmo depois de várias tardes que passaram juntos.
E então caiu para trás por completo, desta vez e Patrick a segurou, antes que ela pudesse cair no chão.
Quando se levantou, olhou para Patrick e não resistiu o impulso de abraçá-lo.
- Confio em você - sussurrou
- Obrigado por estar ajudando Grace - ele sussurrou de volta

E então o grande dia chegou.
Borboletas no estômago, e uma desculpa esfarrapada na ponta da língua. Foi assim que Teresa saiu de sua cabine aquela tarde.
Alice viu através da mentira que Teresa contou, mas preferiu não comentar nada. Ela sabia que Teresa era responsável e que não se meteria em confusões. Mas por via das dúvidas, Alice decidiu seguir a menina para ver onde ela estava indo.
Teresa respirou aliviada ao sair da cabine. Hoje nada pode dar errado, ela pensou e logo após ela avistou um homem caminhando em sua direção.
- Aí está você! - disse Patrick - Está linda.
- Obrigada - sorriu tímida - Você também não está mal…
- Obrigado! Vamos?
- Vamos!

“Então é isso” pensou Alice que observava a cena. “Teresa não quer que Peter descubra que ela terá um encontro com um funcionário do hotel” e sorriu. Parece que Teresa estava conhecendo as alegrias da vida.
“Só espero que ela se lembre da minha conversa”.

Durante o jantar, Alice fez de tudo para que Peter não visse Walter no salão principal, já que Teresa havia dito que estaria com ele durante o jantar.


A apresentação foi um sucesso.
Bem, quase um sucesso. Apesar de todos os treinos e  da confiança mútua, Teresa não conseguiu fazer o salto. Mas, de resto, todos gostaram muito e aplaudiram o casal.
- Foi muito legal - disse Patrick, enquanto dirigia de volta para o resort - Você dançou muito bem, Teresa.
- Não consegui fazer o salto
- A primeira vez é assim mesmo. Ficamos com medo da grande platéia. Mas você se saiu muito bem.
- Obrigada. Foi muito bom ter passado esse tempo com você - Teresa sussurrou envergonhada
- Sério?
- Sim. Você é um ótimo professor de dança - ela sorriu - Me senti como se fosse a própria Grace no palco - os dois riram
Não demorou muito para que eles chegassem no resort e assim que desceram do carro, os dois ficaram olhando, tímidos, um para o outro. Nenhum dos dois queria dizer “adeus”, receosos de que aquela seria a última vez que sentiriam aquele palpitar acelerado no coração.
- Bem, então… É melhor você ir antes que seus pais descubram sua mentira
- Verdade - Teresa concordou - Então, tchau.
- Hey - ele a chamou, antes que ela fosse embora - Nós nos falaremos depois, não é? Quer dizer, só porque já fizemos a apresentação, não significa que não conversaremos de novo, certo?
E Teresa não resistiu, novamente, ao impulso de abraçá-lo.
- Por mim podemos nos falar sempre que quiser! - ela murmurou
- Gosto de você, Teresa - ele disse e a menina se afastou do abraço para olhá-lo nos olhos, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo.
E o que viu em seu olhar foi a mais pura sinceridade que ela já havia visto. E, novamente, não resistiu ao impulso e beijou-o. E ele correspondeu no mesmo instante, para comprovar que ela estava certa: era exatamente aquilo que ele queria dizer.
Quando o ar fez falta, ambos interromperam o beijo, permanecendo de testas coladas.
- Patrick! - gritou Wayne de longe fazendo com que eles se afastassem por completo em um pulo.
“Tinham que ser o Wayne para estragar o momento”, pensou Patrick.
- A Grace! - o rapaz continuou, ofegante, quando os avistou na garagem - Ela sumiu.


No Próximo Capítulo...
Grace voltava da cirurgia de sua sobrinha (que, aliás, havia sido executada com sucesso) e logo na entrada do resort foi abordada. Colocaram-lhe uma fita na boca, uma faixa para cobrir os olhos, prenderam suas mãos e pés com uma corda e a carregaram por vários minutos, até soltarem-na em algum lugar.
Depois disso houve silêncio. Nenhuma das tentativas de Grace de se soltar, ou de gritar por ajuda deu resultado.

Capítulo 5


- Pai! - ela sussurra, chacoalhando seu pai para que ele acorde - Preciso da sua ajuda!
- Está tudo bem, Teresa? Você e sua irmã estão bem? - ele pergunta ainda sonolento
- Nós estamos bem. Vem, eu te explico no caminho.

Quem quer que tenha feito isso, sabia como deixar as pessoas em pânico e sabia agir sorrateiramente sem que ninguém pudesse prever.
Grace voltava da cirurgia de sua sobrinha (que, aliás, havia sido executada com sucesso) e logo na entrada do resort foi abordada. Colocaram-lhe uma fita na boca, uma faixa para cobrir os olhos, prenderam suas mãos e pés com uma corda e a carregaram por vários minutos, até soltarem-na em algum lugar.
Depois disso houve silêncio. Nenhuma das tentativas de Grace de se soltar, ou de gritar por ajuda deu resultado.
Ela estava assustada e com muito medo. Assim como seus colegas do resort que ficaram sabendo de seu sumiço através de um bilhete grudado na porta do quarto da garota onde estava escrito “Ela não está aqui. Sumiu...” e logo no final da página, um símbolo feito em caneta vermelha que identificava o serial killer mais procurado dos Estados Unidos.
Peter leu o bilhete e se apressou a pensar. Ele sabia que os funcionários todos não queriam que os responsáveis pelo resort ficassem sabendo do ocorrido, então ele precisava agir rápido.
Com certeza não era Red John, ou o cenário seria completamente diferente. E se era alguém tentando imitá-lo tão porcamente, a menina não deveria estar longe.
Wayne levou Peter até seu carro, pois ele o havia emprestado para Grace.
Haviam algumas marcas no chão, que iam em sentido a um matagal à frente de onde estavam e todos, em duplas, procuravam por Grace.

A garota ouviu gritos distantes, chamando por seu nome e começou a fazer barulho para que soubessem onde ela estava. E não demorou muito até que ela fosse encontrada.
O alívio era palpável e logo Peter e os outros saíram do matagal e levaram Grace até seu quarto para que ela pudesse se recuperar do choque.
- Vocês deveriam reportar isso à polícia. Seja lá quem for que fez isso a ela, ainda está por aí! - disse Peter
- Não - respondeu Grace - Só criaria mais problemas para todos. Já estou de volta, está tudo bem agora.
- Grace - disse Patrick - E se tentarem de novo? O sr. Lisbon tem razão.
- Não, Patrick. Vai ficar tudo bem - respondeu
- Então pelo menos deixe que a gente cuide de você - pediu Wayne
- Não há o que fazer, Wayne.
- Alguém tem que ficar responsável por estar com você todo o tempo, pelo menos - disse Peter
- Nós podemos revezar - sugeriu Wayne
- Conte comigo - disse Cho
- Está bem - concordou Grace - Acho que não me sentiria segura se ficasse sozinha.
- Tem alguma ideia de quem possa ter feito isso?
- Não, não tenho - Grace respondeu
- Bom, rapazes, tomem cuidado. Desta vez parece ter sido uma brincadeira de mal gosto, mas fiquem atentos. Todos vocês - alertou Peter - Vamos, Teresa.

Assim que saíram de lá, Peter pegou Teresa pelo braço e a fez parar.
- Então vai me contar o porquê de ter mentido para mim? - ele perguntou - Eu vi Alice tentando evitar que eu visse Walter no salão principal desacompanhado. Mas nunca imaginei que fosse mentir para mim, Teresa.
- Me desculpe - respondeu cabisbaixa
- Onde estava, o que estava fazendo e com quem?
- Estava em um resort próximo daqui, com o Patrick. Fomos fazer uma apresentação de dança.
- O quê?
- Era para ajudar a Grace! - explicou - Ela precisava acompanhar a cirurgia da sobrinha mas tinha essa apresentação de hoje e não podia perder!
- Então aqueles 250 dólares que me pediu foram para essa cirurgia - perguntou Peter, mais calmo agora e Teresa assentiu - E as aulas de dança… Você planejou tudo isso e não me contou! Achei que você contasse tudo para mim, Teresa.
- Ninguém podia saber senão eles podiam ser demitidos.
Peter respirou fundo.
- Teresa… Admiro o que você fez para ajudar Grace. Mas não pode sair por aí sem falar comigo! E se algo pior tivesse acontecido hoje com essa garota? E se fosse você ao invés dela? Ou se tivesse acontecido algum acidente. Como eu iria te encontrar? - ele colocou as mãos no ombro da menina - Filha, todos os dias eu vejo coisas terríveis. Por favor, seja mais prudente! Não quero ver nada assim acontecendo com você - Teresa assentiu e olhou para o chão - Promete pra mim que me contará as coisas daqui em diante? Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?
- Eu sei. Prometo.
- Está bem. Tem mais alguma coisa que eu deva saber?
Teresa pensou no beijo que compartilhou com Patrick quando chegaram do resort, mas preferiu omitir esta informação. Estava com medo de que seu pai a proibisse de ver Patrick novamente.
- Não. Não há mais nada para saber.

Ao chegarem de volta à cabine, Peter encontrou uma preocupada Alice andando de um lado para o outro no quarto.
- Aonde você esteve?
- Fui resolver um problema - ele respirou fundo, cansado e sentou-se na beira da cama
- O que houve?
- Uma menina que trabalha aqui sumiu. Encontramos ela naquele matagal a frente do estacionamento, amarrada e amordaçada.
- Meu Deus! E descobriram quem foi?
- Não. Eles não queriam que os donos do resort soubessem para que não fossem demitidos. Deve ter sido alguma brincadeira de mal gosto.
- E a menina está bem?
- Está sim. Os amigos dela cuidarão para que ela não fique sozinha.
- E a Teresa está bem?
- Sim, está. Só assustada - ele expirou - Você acredita que Teresa foi fazer uma apresentação de dança em outro resort hoje?
- Como é?
- Ela me pediu dinheiro e parece que deu para a menina que sumiu, Grace, para ela pagar a cirurgia de uma sobrinha. Grace foi acompanhar a cirurgia e Teresa foi dançar no lugar dela.
- E por que está zangado? O que ela fez foi muito bom. É o que você sempre ensinou para ela.
- Estou bravo por ela não ter me contado. Pior, por ter mentido para mim.
- Entendo… Acho que ela ficou com vergonha.
- Vergonha de quê? Eu não teria impedido que ela ajudasse a garota.
- Não, seu bobo. Vergonha por causa do Patrick, o professor de dança.
- O que ele tem a ver com isso? - Alice riu
- Ela está apaixonada por ele, não percebe? Eu a vi hoje, antes dela sair. Até achei que eles teriam um encontro, antes de saber dessa história. Mas a forma como eles se olham… Está nítido que estão apaixonados um pelo outro.
- Mas e o Walter? Achei que eles estivessem se entendendo.
- Pois é… É aí que entra o problema. Acho que Teresa está indecisa.
- Hum - ele pensou por alguns instantes - Walter seria muito melhor para ela.
- E por que diz isso?
- Alice, como Teresa continuará um relacionamento com esse tal de Patrick? Ele só deve estar interessado em uma paixonite de verão!
- Não acho que esteja certo, mas de qualquer forma, quem tem que decidir isso é a Teresa.

“Mas isso não quer dizer que eu não possa ajudar”, pensou Peter, mas não disse nada.

- Nos deu um grande susto hoje, hein mocinha - disse Patrick, abraçando Grace - Não faça mais isso!
- Foi horrível. Estava apavorada! - ela suspirou - Mas vamos mudar de assunto, preciso me distrair… Como foi a apresentação com Teresa? - Patrick imediatamente se lembrou do beijo e sorriu
- Não fizemos o salto, mas de resto fomos bem.
- Bom. Sabia que ela conseguiria
- E sua sobrinha, como está?
- Bem - a ruiva abriu um sorriso - Graças a Deus, ela está bem! Próxima semana ela já vai poder ir para casa.
- Que bom, fico feliz
- E esse sorriso todo é só por causa da minha sobrinha? - perguntou Grace desconfiada
- Na verdade não. Estou muito feliz por sua sobrinha, não me leve a mal.
- Eu entendi, Patrick. Mas me conta o que aconteceu que te deixou tão feliz assim?
- Estou apaixonado novamente.



Se eu falar o que vai acontecer no próximo capítulo, vou contar mais do que deveria, então por hoje eu passo a bola para vocês: O que vocês acham que vai acontecer?

Capítulo 6


As famosas chuvas de verão chegaram de supetão dois dias depois do ocorrido com Grace, cancelando todas as atividades ao ar livre programadas para os hóspedes do resort. Quase todas as famílias passaram a manhã inteira dentro de suas cabines, esperando para que a chuva desse uma trégua.
Os últimos dois dias foram muito agitados com a novidade do namoro. Teresa e Patrick haviam se encontrado todas as tardes para ficarem juntos e hoje, assim que a chuva diminuísse, não seria diferente.
- Então, Teresa - começou Peter - Como andam as coisas com o Walter?
Teresa empalideceu e ruborizou. Ela ainda não havia contado ao seu pai sobre Patrick pois estava com medo de sua reação.
- Peter! - repreendeu Alice, antes que a menina pudesse responder
- O que foi? Estou apenas querendo saber - ele virou-se para Teresa novamente - Vocês pareciam estar se entendendo…
- É… - respondeu Teresa, tímida
- “É” o quê? Estão se entendendo? - forçou Peter
- Querido, não pressione a Teresa. Ela está envergonhada - Alice tentou interceder
- Envergonhada porquê? Não tem nada que se envergonhar, eu gosto do Walter. Ele é um bom rapaz.
- Não estamos namorando e eu nem pretendo namorar com ele, se é o que quer saber - Teresa criou coragem de dizer - Quer saber, eu estou com fome. Acho que vou dar uma passada no salão principal. Parece que ainda estão servindo o café da manhã lá - continuou antes que seu pai falasse mais alguma coisa e saiu praticamente correndo.
Desastre familiar evitado.
Contudo Teresa não conseguia calar uma vozinha em sua cabeça que lhe dizia que aquilo iria acabar mal.

- Achei que não viria - disse Patrick ao abrir a porta de seu quarto
- Se não fosse a chuva, já teria vindo antes - respondeu a menina, ficando na ponta dos pés para beijá-lo
- Bom saber. Cheguei a pensar que você tinha saído com seu amiguinho Walter novamente - ele brincou e beijou-a em seguida
- Não - respondeu ela - Nunca mais. Já deixei as coisas bem claras.
- Sério? Então quer dizer que contou para sua família sobre nós?
Teresa fez silêncio. Se ela dissesse que não havia contado, Patrick ficaria chateado - e com razão. Mas, se não falasse a verdade, aquela vozinha dentro de sua cabeça acabaria estando certa, no final das contas.
Precisava falar alguma coisa, ou seu silêncio já seria resposta o bastante.
- Sim, contei - ela falou e sorriu para disfarçar seu sentimento de culpa
Patrick, emocionado, abraçou-a. Claro que ele havia interpretado as bochechas ruborizadas, o nervosismo palpável, e a trepidação em sua voz como sinais de que ela estava com medo de ter interpretado as coisas errado e ele queria extinguir qualquer dúvida que ela tivesse.
- Você não tem ideia do quanto isso é importante para mim - ele disse - Quando você me apresentará para o seu pai?
“Ainda posso reverter essa situação” ela pensou, “se eu contar para o meu pai antes dos dois serem apresentados um para o outro, Patrick nunca ficará sabendo que eu não tinha falado nada a respeito de nós dois”
E então, mais aliviada, ela respondeu:
- No final da semana.

Kim não teve a mesma sorte da irmã no assunto “amor”. Apesar de seu jeito fútil e antipático de tratar algumas pessoas, ela era uma boa moça que queria encontrar alguém que a tratasse como Peter trata sua mãe, que a olhasse com a mesma ternura com o qual eles se olhavam.
Quando Craig começou a cortejá-la, ela pensou que ele fosse o homem que ela tanto havia sonhado. Mas aos poucos percebeu que ele era apenas mais um daqueles menininhos imaturos que só cortejam garotas para benefício próprio, sem nunca considerar os sentimentos e desejos alheios.
Por isso decidiu dar um término nos encontros e conversas.
E, conforme ela já imaginava, Craig não reagiu bem ao término. Gritou e a xingou com palavras que não se podem repetir. Mas Kim considerou ter sido melhor assim, apesar de ter fortes sentimentos por ele.
Depois deste acontecimento, suas tardes tornaram-se bem menos agitadas e Craig fazia questão de exibir para ela sua nova “diversão”: A sra. Erica Flyin, mulher de um homem extremamente rico e igualmente ocupado que usava o pouco tempo que tinha livre para jogar cartas com seus amigos, raramente dando atenção à sua esposa.
Erica, por sua vez, aproveitava as distrações do marido para fazer o que bem quisesse.
E para ocupar essa tarefa ela escolhera Craig e ele a escolhera, cada um com seus próprios interesses.

Como forma de se distrair de seu coração ferido, Kim procurou um assunto no qual pudesse focar e gastar suas energias, com o objetivo de esquecer de Craig. E sem ter que ir muito longe, ela encontrou: sua irmã e Patrick Jane, saindo de resort de carro. E assim que sua irmã voltou para a cabine e entrou no quarto em que elas dividiam a questionou sobre o ocorrido.
- Não sei do que está falando - disse Teresa
- Teresa, não adianta tentar mentir. Vi com meus próprios olhos você e aquele loirinho entrando no carro e saindo daqui - mas a menina permaneceu em silêncio - Não vou contar para seu pai ou para a minha mãe - ela nada respondeu - Ou eu posso contar o que vi e você se explica diretamente para eles.
- Argh, está bem! - respondeu irritada - Eu fui à praia com o Patrick. Só isso. Satisfeita?
- Quem é Patrick? O que vocês foram fazer?
- Nada, não fomos fazer nada.
- Aham… Então quando eu vi vocês se beijando também não significava nada…
- Você viu o quê?
- Para falar a verdade não vi nada, mas agora você só confirmou o que eu suspeitava - Teresa grunhiu - Por que não contou nada sobre isso?
- Promete que vai guardar segredo? - Kim sorriu e sentou-se na cama
- Prometo!
- Eu estou namorando com o Patrick - sussurrou Teresa - Mas estou com medo de contar para o pai e ele me proibir de vê-lo.
- E o que ele pensa sobre isso?
- Ele não sabe - admitiu envergonhada - Ele pensa que o pai já sabe
- Teresa, sei que não precisa que eu te diga isso, mas vou dizer mesmo assim: Isso não vai acabar bem
- Eu sei. E o pior é que eu prometi que ia apresentá-lo para o pai no fim da semana, então preciso criar coragem logo para contar
- Melhor você contar logo. Porque está na cara que o pai está “te empurrando” para o Walter.
Teresa assentiu e suspirou, tentando ignorar o frio na barriga. Logo ela que sempre se achou corajosa.
Logo eu, Teresa Lisbon. Hahahahaha

No próximo capítulo...
O que vocês tem que ter em mente é apenas um nome que foi mencionado no episódio anterior.
Quem é?

 Capítulo 7


Estar no lugar errado na hora errada é um azar que anda por aí buscando por sua próxima vítima. E desta vez o azar escolhera duas pessoas.
A cena com a qual Craig se deparou ao abrir a porta de uma cabine, no centro do resort com sua acompanhante, Erica, às três horas da tarde foi completamente absurda.
Seu cérebro demorou a registrar por completo aquilo que estava acontecendo, mas uma palavra em especial ecoava em sua mente.
Sangue.
Todo o chão estava encharcado de sangue e na parede um símbolo que ele conhecia muito bem.
Red John.
- Parece que temos um problema aqui - disse a voz de uma mulher, ao fundo da sala.
A mulher agarrou Erica por trás e a imobilizou, colocando uma faca ensanguentada próximo de sua garganta.
- Por favor não nos mate. Eu não contarei nada! - gritou Craig desesperado
- O que um rapaz jovem faz essa hora fora de seus aposentos? - disse um homem que se aproximava dele, intercalando o olhar entre ele e Erica.
Craig nada respondeu. O homem então fitou-o por muitos segundos até que voltou a falar novamente.
- Ora, ora, olhe só quem temos aqui, Rose - disse ele - Nosso imitador fajuto que sequestrou a garota e a colocou na floresta.
- Ah… - lembrou-se a mulher - Acredito que ele não saiba ainda o que acontece com aqueles que nos imitam
- É, eu também acho que ele não sabe. Se importaria de dizer a ele, querida?
- Que tal se nós mostrássemos? - disse a mulher forçando a faca no pescoço de Erica
- Espere - interrompeu-a o homem - Acho que tenho uma tarefa para vocês. Façam o que eu mando e viverão.
A mulher então, entendendo o intuito, largou Erica e foi até o lado de seu marido.
- Muito prazer. Rose e Thomas McAllister



O final da semana chegou num piscar de olhos e a coragem de Teresa para contar a verdade parecia ter ido tirado uns dias de folga.
Seu pai a estava pressionando um pouco cada dia para que ela voltasse a se encontrar com Walter, mas Teresa sempre conseguia se esquivar com alguma desculpa mal contada.
Mas amanhã era o grande dia que ela havia dito que apresentaria Patrick para sua família, e nenhum deles, exceto pela Kim, sabia de seu namoro com o rapaz.
- Bom dia filha! - disse Peter, quando Teresa saiu de seu quarto - Queria mesmo falar com você
- Bom dia pai - respondeu - Estou aqui, pode falar
- Ontem, no jantar, esbarrei com Walter e ele comentou que sentia falta de passar a tarde com você, por isso o chamei para vir para cá hoje.
- O quê? Pai! Eu disse que não queria sair com ele, por que você fez isso?
- Estou pensando no seu bem, Teresa. Walter é um bom partido e fará bem a você sair com alguém como ele e foi você mesmo que me disse que ela era divertido e-
- Eu estou namorando - interrompeu ela
Peter fez silêncio por algum tempo.
- O quê?
- Eu estou namorando - ela repetiu - O nome dele é Patrick e eu estou apaixonada por ele.
- Patrick o professor de dança? Esse Patrick?
- Sim, esse Patrick.
- Teresa! - Peter continuou exasperado - Você deve ser apenas uma diversão de verão para esse rapaz! Não percebe que ele está se aproveitando de você?
- O quê? - Teresa disse indignada - O senhor nem o conhece, como pode dizer uma coisa dessas?
- Porque eu conheço esse tipinho, Teresa
- O senhor está errado! Patrick me ama e eu o amo também.
- Teresa, ele está te enganando e além do mais, ele é um funcionário, não está no seu nível!
- Não está no meu nível? Achei que havia me dito que amor não tinha a ver com classe social!
Os dois ficaram em silêncio por um instante.
- Acho que já não sei mais quem o senhor é - disse Teresa
- Eu também já não sei quem você é. Achei que confiasse no meu julgamento - e dito isso, Peter voltou e entrou em seu quarto.
Teresa passou alguns segundos paralisada, pensando no que havia acontecido.
Ao se recompor do ocorrido, saiu quase que correndo para evitar o iminente encontro com Walter, afinal, ela e Patrick haviam marcado um encontro para irem juntos à praia.

No dia seguinte, pela manhã, Teresa saiu bem cedo de sua cabine para buscar Patrick, afim de que ela pudesse apresentá-lo para seu pai (independente da briga que eles haviam tido anteriormente).
Patrick, por sua vez, se adiantou e, de ansioso que estava, não esperou que Teresa fosse buscá-lo e logo se encaminhou para a cabine dela.

- Walter! - disse Teresa ao sair do quarto
- Teresa! Que bom que está aqui. Ontem eu passei aqui, mas não te encontrei - ele se apressou em dizer, se aproximando da garota.
- Walter, eu-
- Estou apaixonado por você Teresa - ele disse rapidamente
Então agarrou-a pelos braços e a beijou a força.
E naquele exato momento, Patrick chega a sua cabine, sem entender a situação.
Teresa lutou e saiu dos braços do rapaz, limpando sua boca em seguida. Ao levantar os olhos, porém, viu Patrick e apenas em observar seus olhos, ela sabia que, por dentro, seu coração estava se despedaçando.
- Patrick! - Teresa disse e Walter virou-se para vê-lo parado ali
- O que significa isso? - ele perguntou
- Não é o que você está pensando - ela começou
- Claro…
- Patrick, eu gostaria que você fosse embora - disse Walter, tentando tomar no controle da situação
- Não. Você vai embora, Walter - Teresa interrompeu
- Mas, Teresa!
- Vá embora! - gritou e o rapaz, à contra gosto, se foi
- Eu devia saber - começou Patrick - Claro que Walter venceria mais essa vez
- Patrick, ele me beijou a força.
- Mas ele estava aqui, Teresa. Por que ele viria, se você não o tivesse chamado?
- Não fui eu que o chamei! - explicou-se
- Então o que ele estava fazendo aqui?
- Meu pai me disse que o havia chamado para vir aqui ontem, mas eu contei que estava namorando e-
- Então seu pai nem sabia que estávamos juntos até ontem? - interrompeu Patrick e Teresa percebeu a besteira que havia falado - Por que você mentiu para mim?
E então eles ficaram em silêncio, tentando segurar as lágrimas em seus olhos.
- Eu devia saber que era só uma diversão para você - ele disse, rindo de nervosismo - Achei que você fosse diferente.
E ele virou-se para ir embora.
- Patrick, espera! - Teresa colocou-se a correr atrás dele, mas foi impedida pelas mãos de seu pai, que assistia toda a cena (assim como Alice e Kim).
Sem segurar as lágrimas nos olhos, Teresa pôs-se a chorar, sendo amparada por Alice.
Peter, no entanto, ponderava tudo o que havia ouvido.

Por causa de uma denúncia anônima, a cabine no centro do resort delatada e não demorou muito até que fossem averiguar o ocorrido.
Logo, todos os policiais locais já estavam no resort, isolando a área e iniciando a investigação sobre o ocorrido no dia anterior.
E com um pouco de suborno e evidências plantadas, a polícia logo chegou a um responsável pelo crime:
Patrick Jane.



No próximo Capítulo...
A polícia investiga o álibi de Patrick Jane para a tarde do dia anterior, mas ele, para não expor Teresa, mente e é descoberto.

Capítulo 8


- Onde você esteve ontem a tarde?
Era uma pergunta simples, Patrick sabia. E a resposta deveria ser simples também, ele havia saído do resort com Teresa e eles haviam ido à praia pois estavam perdidamente apaixonados um pelo outro - ou isso era o que ele imaginava ser verdade até o episódio daquela manhã.
Mas a vida nem sempre era simples e Patrick Jane havia aprendido essa lição desde de muito jovem.
Se ele contasse que havia saído com Teresa do resort, certamente ela ficaria mal falada. Por mais que nada, além de muita conversa e alguns beijos trocados, houvesse acontecido, as pessoas tendiam a criar toda uma história para que pudessem preencher pequenos espaços de suas vidas vazias.
Isso sem contar com o fato de que ele seria demitido, principalmente depois da cena com o Walter.
Aliás, pensando por este ponto de vista, Patrick sabia que, de um jeito ou de outro, ele acabaria sendo demitido.
“Então”, ele pensou, “pelo menos vou tentar preservar a imagem de Teresa”.
- Estava… - ele hesitou por um momento - No meu quarto.
- No seu quarto? - perguntou o investigador - Fazendo o quê?
- Lendo um livro…
- Hum, interessante… Qual livro?
- Era um livro chato - ele respondeu rapidamente - Não me lembro o nome.
- Sabe o que é engraçado, Patrick? - disse o investigador um pouco sorridente - estivemos em seu quarto agorinha mesmo e não encontramos nenhum livro.
E Patrick ficou em silêncio. Ele jamais poderia imaginar que eles já teriam vasculhado seu quarto.
O que ele diria agora? Foi pego em flagrante em sua própria mentira.
Se ao menos ele não estivesse tão nervoso em proteger a imagem de Teresa, talvez conseguisse pensar em um álibi melhor. Mas agora já era tarde demais.
Patrick viu o investigador que lhe interrogara, fazer um sinal para seu colega e o mesmo veio em sua direção com algemas na mão.
Era o fim para ele.



Por muita insistência de sua família, Teresa Lisbon saiu da cabine para ir até o salão principal, distrair a cabeça.
Alice e ela haviam conversado muito e a garota finalmente pôde entender tudo aquilo que sua madrasta havia lhe dito algum tempo atrás sobre aventuras da vida e sentimentos alheios.
Enquanto caminhavam até seu destino, Teresa avistou Walter, sentado em um dos lugares onde eles costumavam passar suas tardes juntos e então sentiu que deveria dar-lhe uma explicação pelo ocorrido.
Pediu licença para sua madrasta e sua irmã e foi até o rapaz, sentando-se do lado dele.

- Achei que nunca mais iria falar comigo novamente - admitiu Walter, triste
- Bem, te devo uma explicação pelo ocorrido - Teresa olhava fixamente para seus pés enquanto falava
- Não precisa de explicação. Roubei o amor de Patrick uma vez e, agora, foi a vez dele de roubar o meu.
- Eu sinto muito, Walter - ela disse, forçado a si própria a olhá-lo nos olhos - Você é um excelente partido e tenho certeza que, um dia, fará sua garota muito feliz.
- Quero que você seja essa garota.
- Desculpe. Mas acho que meu coração sempre foi de Patrick
Walter a olhou nos olhos e disse:
- Espero que aquele bastardo cuide muito bem de você. Ou vou ser obrigado a quebrar a cara dele.
- Só se for com um de seus tacos de golf - zombou Teresa e Walter riu - Adeus, Walter - ela prosseguiu
- Adeus, Teresa. Foi um prazer passar minhas tardes com você.
Teresa assentiu e voltou até onde sua madrasta e irmã a esperavam, e as três continuaram em seu caminho.
Ao chegarem ao salão principal, Peter já estava lá, conversando com um dos investigadores do caso. Todos podiam sentir o clima tenso no ambiente, mesmo sem saberem o que havia ocorrido.
- O que aconteceu? - perguntou Alice, aproximando-se de Peter
- Red John - respondeu Robert Mashburn
- Houve um assassinato no resort - sussurrou Peter, para não alardear os outros no recinto
- O serial killer mais procurado dos Estados Unidos, aparentemente tem um imitador - disse Bosco - Encontramos provas que levam até ele.
- E quem é? - perguntou Peter, já que ele era um dos responsáveis pelo caso, mesmo estando de férias
- Um funcionário aqui do resort. Patrick Jane - ele respondeu olhando em sua caderneta
- O quê? Não, deve ter algum engano! Patrick não faria mal a ninguém - interferiu Teresa
- Sinto muito criança, mas todas as provas nos levaram até ele - disse Bosco, o líder substituto do time de Peter - Perguntamos onde ele estava ontem de tarde, na hora do crime e ele disse que estava lendo um livro, em seu quarto, sozinho
- Não existe nenhum livro no quarto de Patrick - disse Robert - Eu sabia que aquele garoto era problema, mas nunca esperei algo assim dele.
- Não, isso está errado - disse Teresa - Pai, isto está errado. Patrick não poderia ter feito isso porque… - ela respirou e tomou coragem para prosseguir - Porque ontem de tarde eu estava com ele. Nós fomos à praia, fora do resort. Grace e Wayne nos viram saindo.
Naquele instante Peter olhou diretamente nos olhos de sua filha e pôde notar que ela dizia a verdade.
Teresa, por outro lado, viu nos olhos de seu pai tristeza e desapontamento, pois ela havia prometido que contaria tudo para seu pai e havia quebrado sua promessa.
Mas os assuntos familiares poderiam ser discutidos depois porque nesse exato momento, Peter sabia que Patrick não era imitador de Red John, ou isso significaria que ele teria sequestrado Grace (o que era impossível já que ele estava com Teresa em outro resort).
E ele sabia também que esse assassinato não havia sido feito por um mero imitador.
O próprio Red John estava no resort e agora ele iria, de uma vez por todas, descobrir quem ele era.
No próximo capítulo...
Peter conversa com Patrick em particular e ele lhe fala, depois de tratarem de alguns assuntos pessoais, sobre suas suspeitas. 

Capítulo 9 


Peter orientou Alice e suas filhas para que elas permanecessem juntas até que tudo fosse resolvido e, de preferência, que ficassem junto à outras pessoas.
Ele pediu para Robert a lista de hóspedes do resort e, até que isso fosse providenciado, ele foi até a sala onde haviam colocado o suspeito do crime para tirar essa história a limpo.
Quando Patrick viu o novo ocupante da sala, tentou ignorá-lo, mas a verdade é que se sentia ainda pior, pois seu verdadeiro desejo era ser aceito pela família de Lisbon, o que era praticamente impossível, dadas as condições em que ele se encontrava.
- Patrick Jane - começou Peter
- Sim - respondeu ele
- Que ótimo partido que minha filha foi se interessar - comentou e Patrick riu para disfarçar seu nervosismo
- Veio aqui só para isso?
- Vim saber a verdade.
- O que quer saber? - disse
- Teresa me disse que ontem vocês foram à praia na hora do crime. Fora do resort - Patrick desviou o olhar e permaneceu em silêncio - Por que mentiu sobre seu álibi?
- Não queria que as pessoas tivessem uma impressão errada sobre Teresa.
- E estaria disposto a ser preso por um crime que não cometeu para não sujar a imagem de minha filha? - Patrick, mais uma vez, não respondeu - O que você e Teresa estavam fazendo fora do resort?
- Fomos à praia, como Teresa te disse.
- O que fizeram lá?
- Conversamos, namoramos - Peter o fitou - Não passamos de alguns beijos, se é isso que está pensando.
Peter soltou o ar de seu pulmão que ele nem sabia que estava segurando.
- Bom.
- Essa era a verdade que veio saber? - perguntou Patrick
- Uma parte dela. Quero saber quem foi o responsável pelo sequestro de Grace.
- E por que acha que eu saberia? - teimou
- Porque você tem fortes suspeitas. Desde aquele dia, mas se controlou para falar.
- Se eu soubesse, por que eu me “controlaria” para falar?
- Isso você que tem que me responder, não é?
Patrick olhou para o lado e ficou em silêncio por alguns segundos antes de prosseguir.
- Craig O'Laughlin - ele disse finalmente - Ex-noivo da Grace. O término não foi bom, ele é um completo idiota.
- Certo. - disse Peter e então levantou-se e foi em direção a porta
- Não vai me liberar agora que sabe que eu não sou o culpado?
Peter olhou para trás, diretamente para os olhos do rapaz.
- Não - e então saiu

Craig recusou-se a falar qualquer coisa, quando interrogado. Nem mesmo as melhores técnicas funcionaram.
Mas Peter era muito persistente e não desistiu até que conseguiu arrancar uma pequena informação do rapaz.
- Existem rumores por aí de que você é um jovem muito galanteador - comentou Peter
- E daí? Serei condenado por ser desejado pelas mulheres? - respondeu o rapaz de maneira petulante. Peter riu
- Que tal se me falasse sobre as mulheres que te desejam então? - o rapaz desviou o olhar e ficou em silêncio - Vamos começar por Grace. Por que terminaram o noivado?
- O senhor anda sabendo coisas demais, senhor Lisbon - disse de forma ameaçadora, embora Peter não tenha se sentido intimidado
- E se o senhor for esperto, me deixará saber ainda mais - replicou no mesmo tom
- Olha, não sei nada sobre esse assassinato! - disse o rapaz exasperado
- Quem falou em assassinato? - perguntou Peter, lembrando-se que ninguém havia mencionado a natureza do crime. Craig gelou
- Devo ter ouvido algum dos seus investigadores comentar - respondeu tentando esconder o nervosismo.
- Não, Craig. Eu e você sabemos que isso é mentira - o rapaz engoliu seco e ficou paralisado por alguns instantes
- O que você vai fazer comigo?
- Com você? Nada, por enquanto. Posso te garantir segurança se você colaborar comigo - o rapaz parecia considerar suas opções - Craig, vou ser sincero com você, Red John não vai querer saber se você nos disse alguma coisa ou não. Assim que você cruzar aquela porta, estará entregue a sua própria sorte e nós não poderemos fazer nada para te ajudar - ele respirou fundo e continuou - Mas se nos ajudar, podemos te manter seguro.
- E como faremos isso?
Peter sorriu. Poderia colocar seu plano em ação.

Teresa se ofereceu para fazer parte do plano de seu pai, afinal ele não desperdiçaria uma oportunidade de trabalhar junto da polícia.
Alice juntou-se em um grupo de senhoras aflitas que conjecturavam sobre o ocorrido. E, colocando o plano em ação, no salão principal, enquanto conversava com Grace pôs-se a chorar.
Não demorou muito até que Alice e outras mulheres fossem consolar a menina com o coração partido.
- O que houve, menina? - perguntou uma delas
- Meu namorado é cúmplice no crime - ele disse em meio aos soluços do choro
- Oh, pobrezinha - comentou outra mulher
- Você vai superar, querida - disse Alice - Encontrará alguém melhor
- Não quero alguém melhor, quero ele - respondeu Teresa, chorando ainda mais
- Oh, querida, eu te entendo - disse uma mulher - Rosalind e eu em nossa juventude também namoramos com rapazes que partiram nosso coração, mas nós superamos e encontramos partidos melhores. Não foi assim, Rosalind, quando você encontrou Roy? - ela virou-se para procurar a amiga, mas a mesma não estava lá - Rosalind?

Craig entrou em seu quarto e logo que acendeu as luzes, deparou-se com o casal McAllister.
- Nós dissemos que era para ele ser culpado do crime todo sozinho - começou a sra. McAllister - Por que, de repente, depois de conversarem com você, a polícia está considerando que ele é cúmplice?
- O que foi que você disse a eles?
- Eu não disse nada!
- Não podemos arriscar - disse Rose
- Mas eu não disse nada! - argumentou Craig
- Você não cumpriu com o combinado - respondeu Thomas retirando de trás uma faca
Rose moveu-se para imobilizá-lo.
E nessa mesma hora a polícia invadiu o lugar, pegando Red John em flagrante.
- Roy Tagliaferro e Rosalind Harker - disse Peter - Ou devo chamá-los por seus nomes reais? - mas os dois nada responderam

E, finalmente, o caso Red John havia sido solucionado.
No próximo capítulo...
Peter tenta mais uma vez convencer Teresa de que Walter será melhor para ela.

Capítulo 10 


Patrick foi liberado sem entender o porquê, mas logo que descobriu que Teresa havia contado sobre o dia anterior e que descobriu que ela também tinha ajudado na investigação, seu coração derreteu e toda a mágoa que ele estava sentindo pela mentira que ela lhe contara desapareceu.

Antes que pudesse sair, sr. Robert chamou-o em privado, contando-lhe que ele deveria partir do resort para não causar nenhuma má impressão.

- Mas eu não sou o culpado? Por que estou sendo punido por uma coisa que não fiz?
- Patrick, não podemos causar esse tipo de impressão para o resort. As pessoas lá fora não sabem do assassinato e todas pensam que você foi o responsável. Se elas virem que você ainda está aqui, podem ficar aflitas e nunca mais voltarem! - disse exasperado - Isso prejudica meu negócio.
- Isso é ridículo e injusto.
- Já chega! - ele gritou - Está decidido - e então Robert se foi.
Logo ao sair de onde estava sendo mantido “preso”, encontrou Teresa aguardando por ele do lado de fora.
- E então, como foi? - perguntou ela
- O plano deu certo - ele respondeu sorridente e Teresa correu para abraçá-lo
- Então conseguimos pegar Red John, você vai continuar no seu emprego e-
- Eles ainda vão me demitir, Teresa - ele disse, afastando-se levemente dela
- O quê? - Teresa começou, afastando-se completamente dele - Então todo meu esforço não valeu de nada? Criei uma briga dentro da minha família por nada? - ela gritou - Você estava certo, meu esforço para tentar mudar o mundo é inútil! - algumas lágrimas escaparam de seus olhos.
Ao ver que Teresa chorava, Patrick aproximou-se novamente dela e a fez olhar em seus olhos.
- Hey, nunca diga isso! - ele a repreendeu - O que você fez foi extremamente corajoso. Ninguém nunca tinha feito nada assim por mim - ele colocou a mão no queixo dela, quando ela desviou o olhar - Você mudou o meu mundo.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Mas e seu emprego? Como vai se sustentar agora?
- Eu encontrarei outro emprego, não se preocupe com isso, está bem?
Então ele se aproximou de Teresa e depositou um beijo em sua cabeça e depois em seus lábios com ternura.
Naquela tarde, Patrick Jane deixou o resort com aperto no peito e uma promessa de que tornaria a ver Teresa antes que ela entrasse na academia de polícia.
E embora a menina não quisesse mais ficar naquele resort sem Patrick, ainda faltava um dia para que eles pudessem ir para casa.


Craig ficou mantido preso por mais tempo até que Peter e Bosco fosse falar com ele.
- Então estou livre? - perguntou Craig assim que os dois investigadores entraram na sala
- Bem, conforme conversamos, sua pena seria aliviada se colaborasse conosco, mas você ainda terá que pagar pelo que fez - disse Bosco
- Além de cúmplice de assassinato, você também tem muito a nos explicar sobre o sequestro de Grace - continuou Peter
- Grace foi sequestrada? - ele fingiu não saber do que se tratava
- Boa tentativa, rapaz - respondeu Bosco
- Sua amante nos contou tudo
- Que amante? - ele tentou novamente
- Erica Flyin - respondeu Peter - a mesma que estava com você quando Red John te convenceu a ajudá-lo. Aliás, foram eles mesmos que nos contaram sobre isso.
Craig ficou em silêncio por um tempo.
- Era só uma brincadeira - defendeu-se - eu não a machuquei!
- Bem, Craig - disse Bosco - A lei deste país não vê nenhuma graça em sequestrar alguém.


Teresa não saiu de seu quarto durante todo aquele dia, mesmo com toda a excessiva insistência de Alice e Kim.
Depois do jantar, Peter foi o primeiro a chegar à cabine, trazendo uma embalagem com comida para sua filha.
- Teresa? - ele bateu à porta
- Não vou sair - respondeu automaticamente
- Não estou pedindo para você sair. Posso entrar?
Teresa levantou-se e destrancou a porta.
- Trouxe comida - disse ele ao entrar
- Obrigada, mas não estou com fome - ela mentiu
- Coma sem fome mesmo - insistiu
A menina o olhou e com uma expressão de mau humor, pegou a embalagem das mãos de seu pai e sentou-se em uma mesa ao canto do quarto.
- Só porque o senhor insistiu - ela disse
- Claro - ele riu levemente - Será que podemos conversar? - a menina concordou com a cabeça, pois estava de boca cheia - Filha estou preocupado com você. Nunca vi você ficar assim por um garoto, e olha que me lembro bem do episódio com Greg - ela o olhou com espanto
- Você soube do Greg? Como?
- Querida, eu sou um detetive - Teresa ficou em silêncio por um momento
- É diferente. Eu gostava muito do Greg, mas… Eu amo o Patrick.
- Mas agora ele se foi. Eu entendo que é difícil superar algo assim, mas preciso que se esforce, está bem?
- Patrick não foi embora para sempre. Ele prometeu que nos veremos antes de eu entrar na academia de polícia
- E você acha que ele irá mesmo?
- Claro que sim, confio nele - respondeu levemente irritada
- Filha, não quero que você se magoe ainda mais. É muito provável que ele não vá.
- Eu não quero mais falar sobre isso - ela disse, se levantou e foi até a porta - Quero ficar sozinha agora.
- Filha, estou dizendo isso para o seu bem.
- Eu sei, mas eu estou muito triste pelo que aconteceu
Peter entendia bem a dor que sua filha sentia, então preferiu deixar essa conversa para outro momento.
Antes de sair, ele a abraçou forte por um longo tempo.
- Eu te amo - ele disse - Saiba que sempre estarei aqui para qualquer coisa
- Eu também te amo


Rigsby levou Grace até seu quarto, depois deles terem conversado com Peter, que, com alegria, anunciou que ela agora estava em segurança pois o responsável pelo sequestro dela já havia sido preso.
- Muito bom saber que está segura - disse Wayne
- É - ela respondeu - Mas ainda me sinto um pouco triste por saber que foi o Craig que fez isso.
- Eu também - disse ele pensativo - Você é tão incrível, Grace. Ele não te merecia.
A ruiva virou-se para olhá-lo diretamente nos olhos e então perguntou:
- Você me acha incrível?
- Sim, você é incrível, Grace - ele respondeu surpreendendo a si mesmo pela firmeza em sua fala - Mas sinto que ainda tenho tanto que aprender sobre você.
- Eu também quero aprender mais sobre você, Wayne.

NOTA DE RETRATAÇÃO
No capítulo 9 eu havia dito que no capítulo 10 o Peter ia tentar convencer Teresa, novamente, à "investir" em Walter.
Mas achei muita crueldade então mudei. :D
Por isso tive que adiantar um pouco da história e isso pode resultar em termos menos 1 capítulo do que havia sido planejado anteriormente (a não ser que vocês tenham alguma ideia para um capítulo Rigspelt, confesso que fiquei presa nesse ponto da história).
Sendo assim, o próximo capítulo poderá ser o último antes do epílogo.

Capítulo 11


Os treinos para a última noite de férias iam de vento em polpa e o salão principal estava em intensa movimentação com todos os preparativos dos funcionários e dos hóspedes que se apresentariam também.
Era a última memória de verão.
Alice conseguiu tirar Teresa do quarto durante o dia e a manteve entretida com algumas tarefas no cenário do palco.
Kim, por sua vez, aproveitou para tentar distrair Teresa com suas histórias da faculdade e, de vez em quando, conseguia arrancar de sua irmã alguns pequenos sorrisos.
Mas quando a hora de voltar para a cabine chegou, todo o esforço para animar a menina pareceu ter ido água abaixo.
Contudo, ela se aprontou com o vestido que havia reservado para a noite e foi para a festa com sua família.
Kim realizou sua performance cantando uma música de sua autoria, que foi extremamente aplaudida por todos os outros hóspedes.
Durante o jantar, Walter convidou Teresa para dançar quando uma música animada começou a tocar, mas a menina educadamente recusou com a desculpa de que estava com os pés doloridos e então voltou-se para sentar-se à mesa onde sua família estava e lá mesmo permaneceu pelo resto da noite.
- Você não tem a sensação de que tudo isto está chegando ao final? - perguntou sr. Mashburn para seu funcionário e amigo que cantava junto à banda.
- Por que tem essa sensação?
- As crianças de hoje em dia já não querem passar três semanas em Los Angeles. Eles querem conhecer a Europa! - ele suspirou - 22 países em 3 dias. Como vamos concorrer com isso?
- O senhor está se preocupando à toa. Vamos sobreviver - respondeu ele. Sr. Mashburn respirou fundo mais uma vez.
Com a dança final cancelada por conta da ausência de Patrick, a música seria a última atração da noite.
Com todos os funcionários ao redor do salão que passaram a cantar a canção de despedida e, no palco, a participação especial do senhor Robert Mashburn, a música ganhou ritmo e emoção.

E, talvez, este poderia ter sido o motivo dos corações baterem mais fortes naquele momento, se não fosse a figura de cabelos loiros e ondulados que rompia o salão principal e parava, ainda que por alguns poucos instantes, na mesa da família Lisbon.
- Ninguém coloca a Teresa de lado - ele disse e então estendeu sua mão, convidando Teresa a se levantar.
E, ultrapassando todos os obstáculos finais, Patrick e Teresa, de mãos dadas, chegaram até o centro do palco, onde os músicos e o próprio senhor Mashburn paravam de cantar, surpreendidos com a entrada dos dois. Patrick, então, retira o microfone do tripé que o sustentava ao centro do palco.

- Há mais de três anos eu trabalho neste Resort e eu sempre fiz a dança na última noite. Este ano me disseram para não dançar. Mas eu aprendi que devemos lutar por aquilo que acreditamos, e é por isso que hoje vou dançar. Eu e minha parceira - Patrick olhou para Teresa e depois de volta para a plateia - Uma mulher que me ensinou que existem boas pessoas no mundo, que me ensinou sobre o tipo de pessoa que eu quero ser. Senhorita Teresa Lisbon.
Rigsby, que sabia o que seu primo havia planejado, correu para o lado do palco para colocar o disco escolhido para tocar, enquanto as pessoas saiam do palco aos poucos.
Robert Mashburn sabia que, interromper o que quer que fosse que o rapaz estivesse fazendo, seria ruim, pois percebera que o interesse dos hóspedes havia sido despertado.

Em poucos segundos a música The Time of My Life começou a ecoar no salão e, Patrick, aproximava-se lentamente de Teresa aproveitando a melodia inicial da música.
A dança em nada se pareceu com a que eles haviam feito em sua apresentação no outro resort e, apesar deste fato deixar a morena tensa, ela deixou que Patrick a conduzisse e relaxou em seus braços.
Logo a música ficou animada e a dança acompanhou o novo ritmo com passos que fazia que o público vibrasse em euforia.
Peter ficou encantado como, em tão poucos minutos, Patrick havia feito sua filha sorrir, além de estar surpreso com sua aparição repentina.
Ele já até havia se preparado para consolar Teresa quando o rapaz não cumprisse aquilo que havia dito à ela, o que prova que seu julgamento sobre o namorado de sua filha estava errado.
O espetáculo continuou até que todo o pessoal do entretenimento começou a dançar também e Patrick saltou do palco para unir-se à coreografia.
Quando a música chegava em seu auge, Teresa fez um sinal para Patrick indicando que ela estava pronta para realizar o único passo que não havia conseguido na dança anterior.
Com a ajuda de seus amigos, ela também desceu do palco, foi correndo em direção ao seu namorado e saltou em seus braços dando uma finalização perfeita àquela dança.
Os hóspedes, animados com a apresentação, começaram a afastar as cadeiras e mesas que ficavam no meio do salão e colocaram-se a dançar, deixando o sr. Mashburn de queixo caído.
Rigsby aproveitou a deixa e convidou Grace para dançar com ele, ainda que ele mesmo não soubesse dançar muito bem.
E a ruiva, por sua vez, achou graça nos passos desengonçados do rapaz e, tomando a iniciativa, colocou a mão ao redor do pescoço dele e o puxou para si, colando os lábios dele com os seus, ato que foi prontamente correspondido.
Alice impediu que Walter fosse falar com Teresa e Patrick pedindo que ele dançasse com ela, ao perceber que Peter se dirigia até os dois.
- Agora eu sei que você não estava apenas brincando com os sentimentos da minha filha. E eu reconheço quando estou errado - Patrick sorriu, um pouco tímido e Peter virou-se para Teresa - Você estava incrível lá. Estou orgulhoso de você.
O verão já chegava ao fim, mas para a família Lisbon e para Patrick este seria um novo começo e o outono que já batia à porta os encontraria completamente renovados para enfrentar o que quer que viesse ao seu encontro.
Próximo capítulo será o epílogo

Epílogo

Teresa Lisbon
É verão do ano de 1964.
Este é meu primeiro ano da faculdade, e daqui duas semanas e meia meu primeiro ano de namoro com o Patrick.
Aliás, quantas mudanças houveram neste último ano!
Patrick foi formalmente apresentado para minha família como meu namorado e o jantar foi surpreendentemente muito agradável.
Principalmente porque ele nos contou que tinha conseguido um emprego fixo como professor de dança em uma escola no centro da cidade e isso queria dizer também que não precisaríamos ficar longe um do outro, como havíamos imaginado inicialmente.
Meu pai e Patrick ficaram bem próximos com o passar do tempo e até saiam juntos para assistirem partidas de futebol.
Alice ficou muito contente com o rumo que as coisas tomaram, e tenho que admitir que ela foi uma das grandes responsáveis por toda essa aceitação de Patrick na família.
Kim voltou para a faculdade mas, apesar da distância, nossa relação mudou muito. Toda semana escrevíamos cartas uma para a outra contando as novidades.
E falando em novidade, Kim agora está namorando com um dos garotos que estavam fazendo estágio no resort dos Mashburn verão passado, Kimball Cho.
Foi impressionante saber que eles estudavam na mesma faculdade.
Wayne e Grace se casaram há uns três meses e desde então abriram uma escola de ballet clássico para crianças - ela é a professora e ele fica na parte administrativa, obviamente.
E quanto a Walter Mashburn, ficamos sabendo que ele está administrando 100% o resort de Los Angeles e, ao que parece, está se saindo muito bem.
Robert Mashburn convidou nossa família para passar uma temporada no resort novamente este ano, e nós aceitamos.
Estamos à 4 horas de distância de lá neste exato momento, mas diferente do ano passado, desta vez estamos indo em 2 carros: meu pai, Alice, Kim e Cho em um; eu, Patrick, Grace e Wayne no outro - e desta vez, todos como hóspedes.
E, sabendo que nenhum Red John ou Craig O'Laughlin irá atrapalhar nossa paz, só temos boas expectativas para estas férias.
Até porque Patrick irá me pedir em casamento - ele não sabe que eu sei, mas encontrei uma caixinha aveludada no meio da bagagem dele, enquanto eu o ajudava.
Ele está nervoso quanto a isso. E eu também.
Como será que ele irá fazer o pedido? Será mesmo que dentro daquela caixinha tinha um anel, ou eu estou enxergando coisa onde não tem?
Bem, só tenho certeza de uma coisa: Se ele fizer a pergunta, minha resposta será “sim”.

Fim

22 comentários:

  1. OMG! Que prólogo mais fofo, Lola *-* Já me deu aqui aquela sensaçãozinha boa que sinto quando assisto ao filme (porque sim, eu amo e revejo sempre que passa). Estou super ansiosa para saber como vão ser esses dias no resort do Mashburn, e todas as coisas maravilhosas (e não tão maravilhosas) que vão acontecer com nossa Lisbonita. Parabéns por essas ideias sempre lindas e perfeitas, e obrigada por estar sempre partilhando-as conosco. Eu amo! <3

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    1. Oiie Dellarousse!
      Que bom te ver aqui :)
      Ah, também amo esse filme, assisti novamente esses dias para escrever a fanfic <3
      Fico feliz que já esteja acompanhando a fanfic. Aliás já postei o capítulo 1 :)
      Eu que agradeço por você estar lendo.
      E muito obrigada pelo comentário!

      Até mais, beijos :*

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  2. Volteiii tava com bastante sdss...
    Não poderia deixar de ler e comentar suas fanfics!!!
    esse prólogo ficou um estouro muito bom...Mim deixou bastante ansiosa kkkk Bjsss te adoro.

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    1. Oiiee Lindi!
      Uhuuul! Quanta saudade ❤
      Que bom que está gostando *-* Muito obrigada por comentar.

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  3. Ownn *_* adorei o primeiro capítulo ficou ótimo magina o próximo que venha logo o segundo...Bjsss obg por por tirar um pouco do seu tempo pra nos!!!!

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    1. Ebaaaa, fico super feliz que esteja gostando.
      Eu estava tendo dificuldades para escrever, e queria estar sempre com um capítulo à frente já pronto, mas decidi que era melhor eu postar, mesmo sem o próximo pronto.
      Espero que goste deste segundo também!
      Obrigada por estar acompanhando e por comentar!
      Beijinhooos :*

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  4. Ameeeei tudo! O Patrick provocando a Teresa ❤ Rigs e Patrick primos ❤ E Rigs falando que o pai do Walter é sogro da Teresa KKKK ❤ Já estou super ansiosa para o próximo capítulo ������

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    1. Oiee Beaa ❤
      Fico muito feliz que tenha se divertido enquanto lia (pq pensa numa pessoa que rolou de rir - por dentro - enquanto imaginava a cena enquanto escrevia HAHAHAHAHA)
      Estou mega feliz que está acompanhando ❤
      E obrigada por comentar ❤
      Já postei o capítulo 2 *-* Espero que goste (e ria kkkkk)
      Beijinhos :*

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  5. Adivinha quem amou cada palavrinha desse primeiro capitulo? Exatamente: Eu! Amei a colocação/distribuição que você deu para os personagens, mantendo as características mais fortes deles. Ok, confesso que eu não lembrava muito do Craig (do nome em si, porque do personagem sim... vai entender, rs) mas gostei de ver ele no conjunto também. Mas o que eu mais gostei mesmo foi do parentesco do Jane e do Rigs. Esses dois com certeza prometem grandes risadas. E, é claro, da camaradagem que o Wayne desenvolveu com a Teresa logo de cara (fiquei lembrando da relação família de todos eles no seriado, e foi muito bacana). Parabéns pela história, Lola, está cada vez mais perfeita, lembrando tão bem o filme, e com o seu jeitinho todo especial de escrever. Obrigada por partilhar essa lindeza conosco. Estou amando! ❤

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    1. Oiiieee Della ❤❤
      Nossa, vc não sabe o quanto fico feliz em saber que você está acompanhando e gostando da história ❤
      Pois é, precisava de um ajudante de vilão (ó as idéia) e a Grace teve na série uma facilidade muito grande em confiar nas pessoas. Uma delas, que quebrou o core dela ao meio foi bem esse aí, o tal do Craig.
      E ajudante de vilão tem sempre aquele jeito meio "queria ser do mal, mas só sei roubar doce de criança" (tudo bem que ele atirou na Lisbonita na série, mass...)
      Muito obrigada por comentar, Della!
      Beijão :*

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  6. já pode matar o Patrick! Ele tá muito babaca, desse jeito vou ter que shippar Lisburn kkkk. Mas tô amando Lola, vc sabe que eu gosto é de treta mesmo e tá ficando muito legal (por favor, não deixa o Walter ficar com a Kim e faz ela se danar com o Craig). Ah, nunca assisti esse filme mas vou procurar assistir para ver como é. Enfim, estou amando e já estou ansiosa por ata o próximo capítulo! Beijos ������

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    1. "Já pode matar o Patrick" HAHAHAHAHAHAHAHAHA
      Bea, só vc mesmo!
      Ele ainda vai ser bem trouxiano por uns capítulos. Quem sabe eu não sigo seu conselho *risada maléfica* kkkkkkk
      Pois assita, é um filme muito bom!
      Tenho planos para o Walter, mas não posso contar pq sou do mal :P hehehe
      Obrigada por comentar e também por todo suporte que você tem me dado ❤
      Beijinhoooos :*

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  7. Omg! Cada novo capítulo é ainda melhor que o anterior *-* Confesso que fiquei com vontade de dar uns tapas no Craig por ser tão machista e canalha, e até mesmo no Patrick por ser um pouco cabeça dura demais... mas se ele não fosse, não seria nosso querido loiro, né? >.< Teresa e Patrick (finalmente) tendo aulas de dança é tão fofo... Sim, eu definitivamente, estou ainda mais apaixonada pelo bobão do Wayne. Ele é um bobo-alegre-fofo muito carismático. E, claro, pelo Cho (que lê romances) e tem seu jeitinho todo "Cho" de ser. Parabéns, Lola, a história está cada vez melhor e envolvente. Amando cada palavrinha, como sempre <3

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    1. Oiieeee ❤
      Sim, até eu (que decidi o que ele ia falar) tive vontade de bater nele, hahahahaha
      Fico feliz que esteja gostando do Wayne. Estou muito feliz de escrever essa fanfic porque realmente gostei da disposição dos personagens, acho que a história do filme combinou bem com o TM. Cada personagem do filme tinha uma "ponte" com a série. ❤
      Muito obrigada por estar acompanhando, Della ❤ Muito bom ter você aqui, um privilégio ❤
      E obrigada por comentar!
      Beijinhos e até o próximo capítulo ❤

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  8. Ownn*-*Cada Cada capítulo melhor que o outro,queria muito que o idiota do Craig tivesse um castigo merecido,Patrick e Teresa juntos na aula de dança muito bom tomara que por ai comece um romance misturado com briguinhas kk adoro esses dois juntos...Cho,Wayne,Grace todos juntos e pra completar Walter namorando Teresa to amando já ansiosa pelo o próximo.Obrigada Lola adoro suas fanfics,Bjssss

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    1. Ooie Lindi, tudo bem?
      Hahahaha, mas fique calma, uma hora a justiça vem! hahahaha
      Sim, triângulo amoroso total esses 3 né?
      Obrigada por estar acompanhando, Lindi! ❤
      Amanhã tem capítulo novo *-*

      Beijinhooooos :❤

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  9. Lola, que capítulo mais intenso. Meu coração pulou uma dúzia de batidas e eu quase morri de preocupação com a Grace. Ainda bem que ela está a salvo, e os meninos vão se revezar para cuidar dela... só espero que peguem logo o responsável por isso e dêem uns bons sopapos nele. Ownn, papai Lisbon foi tão compreensivo *_* Eu entendo sua preocupação, claro, mas amei a reação dele de ouvir a filha, antes de "estourar" e dizer um monte de coisas. O que geralmente é mais comum .-. O que será que ele vai fazer para ajudar a Lisbonita com sua indecisão, heim? Estou me roendo de curiosidade >.< Patt assumiu que está apaixonado de novo! OMG!, já posso surtar feliz! u.u Estou amando cada novo capítulo, e esse seu jeitinho todo fofo e envolvente de desenvolver a trama... obrigada por partilhar essa perfeição conosco, Lola! <3

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    1. Oiiiieee Dellarousse!
      Uhuul!
      Eu pensei bastante na reação do Peter porque na série de verdade ele não foi fofo (com o alcoolismo e tudo o mais que aconteceu), mas como aqui ele está na versão 2.0 com a fofinha da Alice, pensei que a mudança seria boa, hahaha.
      Fico muito feliz que esteja lendo e comentado - e principalmente, gostando *-*
      Muito obrigada por tudo :D
      Já postei o capítulo 6 Estamos exatamente na metade da história!
      Beijooos
      Até mais!

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  10. Ameeeeei tudo Lola <3 mas ainda sinto um pequeno ressentimento lá no fundo pelo Walter, mas fazer o que né, Jisbon prevalece em tudo kkkkkk. Estou ansiosa para o próximo capítulo é para saber quem é o Red John... Beijos ������

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    1. <3<3<3
      Oiie Beaaa <3
      Juro que tentei ser gentil com o Walterzinho hahaha Sorry :/ (sim, jisbon é mais hahahahaha)
      Já postei o próximo capítulo!
      Muito obrigada por ler e comentar! Muito bom ter você aqui!
      Beijinhooos :*

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  11. OMG! Que perfeição, Lola! *.* Me confundi totalmente aqui na minha vida, e acabei me perdendo nas postagens dos capítulos... mas de alguma forma foi bom, porque pude (re)ler tudo do comecinho e me apaixonar de novo por cada palavrinha >.< Amei a colocação de cada personagem e o seu desenvolvimento; principalmente, é claro, o amor que foi se construindo entre Patrick e Teresa ^.^ Obrigada por partilhar essa lindeza conosco! <3

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    1. Oiiie Della <3
      Ihuuul, obrigada por ter lido a fic! Muito bom saber que você gostou :D
      Já estou ansiosa para escrever a próxima (ou tomar vergonha na cara e postar capítulos novos nas fics já começadas kkkk).
      Imagina, eu que agradeço, principalmente por você ter tirado um tempinho para me escrever aqui. Obrigada mesmo <3
      Até mais, Della!
      Beijinhoos :*

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